Neste sábado, 20 de novembro, São Paulo amanheceu agitada pelas manifestações do Dia da Consciência Negra, que em todo país levantou a bandeira do Fora Bolsonaro, combinada com os protestos por igualdade e contra a discriminação racial.
Às 10 horas a CTB promoveu a lavagem da Estatátua do Zumbi, um ato público diante da estátua do lendário líder do Quilombo de Palmares na Praça Antônio Prado, centro histórico da cidade. O evento foi animado pelo sambista Chocolate de Vila Maria e o DJ Preto W.O.
À tarde milhares de pessoas se concentraram na Avenida Paulista durante o Ato da Consciênica Negra organizado por entidades dos movimentos negros com o apoio da CTB, das outras centrais sindicais e dos movimentos sociais.
A manifestação política foi marcada pela denúncia do governo racista e neofascista de Jair Bolsonaro. Conforme assinalaram os manifestantes, o presidente estimula as discriminações e injustiças a que são submetidas a comunidade negra e tem inegável responsabilidade pelo crescimento da intolerância, da desigualdade e da violência contra negros, índios e quilombolas.
A saída apontada para que o país supere esses e outros problemas passa pelo Fora Bolsonaro, conforme ressaltaram as lideranças presentes no Ato da Consciência Negra.
Rodas de capoeira e de samba ajudaram a temperar o protesto, que deve culminar com uma caminhada de três quilômetros entre a Avenida Paulista e o Teatro Municipal.
O 20 de novembro foi também instituído em homenagem a Zumbi dos Palmares, que liderou heroicas batalhas contra forças escravocratas à frente do Quilombo do Palmares. “Falar de Zumbi é falar da nossa vida”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo, durante a lavagem organizada pela central pela manhã no centro da capital paulista.
“O Brasil viveu três séculos e meio sob a escravidão e ainda hoje a maioria dos negros e negras do nosso país vivem uma imensa senzala”, observou. “Assassinatos de jovens negros viraram rotina em nosso país. O chefe do Palácio do Palácio do Planalto tem aversão a índios, negros, mulheres e lgbtqia+.”
“Nossa democracia foi vilipendiada”, prosseguiu, “os recursos públicos são desviados para servir os interesses do capital financeiro e manter a base fisiológica de apoio do governo. Temos mais de 32 milhões de trabalhadores e trabalhadoras desempregadas, desalentadas ou subocupadas, 20 milhões passam fome. O retrato do Brasil atual mostra de um lado ricos comendo caviar e do outro seres humanos na pobreza extrema disputando ossos para não morrer de fome. Mas a esperança é revolucionária. Vamos erguer as mãos de Zumbi, as mãos da esperança, da liberdade e da igualdade. Fora Bolsonaro.”
O embaixador Pedro Monzán, Cônsul Geral de Cuba em São Paulo também falou durante o ato promovido pela CTB, ressaltando que o socialismo cubano não admite a discriminação racial. A Ilha resiste hoje a uma dura ofensiva contrarrevolucionária fomentada pelos EUA. “Somos revolucionários, queremos uma sociedade mais humana”, ressaltotou Monzán.
Em nome da direção municipal do PCdoB, o ex-vereador paulistano Alcides Amazonas fez uma “saudação da militância comunista ao importante ato realizado pela CTB. Nosso povo não aguenta mais este presidente fascista e racista, que destrói a democracia e as conquistas sociais. A luta contra o racismo é de todo o povo”. A secretária de Juventude da CTB em São Paulo, Laura Rodrigues, complementou: “Não pode existir uma sociedade justa com racismo”.
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