O presidente da Bolívia, Luiz Arce Catacora, se reuniu na tarde desta terça-feira com sindicalistas na sede da CUT. Dirigentes da CTB, UGT, Nova Central e Intersindical participaram do encontro que ocorreu durante solenidade de filiação de imigrantes bolivianos à CUT.
Líder do MAS (Movimento ao Socialismo), Luiz Arce derrotou a direita neoliberal e os EUA nas eleições realizadas em 18 de outubro de 2020 já no primeiro turno, quando conquistou 55,10%.
Sua vitória reverteu o golpe que depôs Evo Morales em 2019. Segundo Arce, “interesses estrangeiros e nacionais” se aliaram para perpetrar “o golpe de Estado, utilizando como pretexto as eleições”.
É preciso registrar o comportamento da mídia neoliberal, que não poupou esforços para distorcer os fatos e dias antes do pleito indicava, com base em falsas pesquisas, um fantasioso empate entre os presidenciáveis, ignorando deliberadamente a ampla vantagem do candidato do MAS, que acabou se materializando nas urnas.
Em outubro de 2019 levantaram a suposição de fraude eleitoral para anular a reeleição de Morales. O golpe foi urdido nos EUA com a cumplicidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), que declarou ilegítima a eleição num relatório cujas conclusões foram consideradas “extremamente falhas” por especialistas do MIT Election Data and Science Lab.
O presidente boliviano, que foi ministro de Economia do governo Morales, informou que pretende implementar no país uma política de substituição das importações para incrementar a produção e gerar empregos.
Ele se referiu também aos conflitos econômicos que se observam atualmente no mundo e tendem a marcar a conjuntura pelos próximos anos. “Temos uma visão muito clara do que está ocorrendo no mundo. A globalização se acabou, o livre comércio está em questão. Desde o governo Trump vemos prevalecer o protecionismo, tendência que está crescendo no planeta. O mundo vive uma guerra econômica e devemos nos preparar para ela”.
Foto: Ronaldo Schemidt/AFP