A companhia aérea alemã Lufthansa iniciou negociações informais nesta quinta (31) com o sindicato Ver.di sobre as reivindicações salariais dos trabalhadores de cabine e terra, que estão em seu quarto dia de greve — o que criou a previsão de cancelamentos de 128 vôos, 28 deles de longa distância. Segundo o porta-voz do Ver.di, Harald Reutter, a companhia aérea "se dirigiu" a eles "para realizar negociações informais".
Reutter afirmou que a idéia de dialogar foi da cúpula de direção da companhia, embora tenha dito que até o momento "não há à vista" nenhuma oferta que possa acabar com as interrupções. O porta-voz da Lufthansa Andreas Bartels confirmou que as conversas foram retomadas, mas não quis oferecer mais detalhes sobre o conteúdo da reunião nem os participantes dela — informou a imprensa local.
A companhia anunciou a suspensão, entre hoje e segunda, de 10% de seus vôos dentro da Alemanha e da Europa, e afirmou que prepara um plano corte para seus serviços de vôos de longa distância. Segundo a companhia, tais medidas permitirão dar "estabilidade" ao plano de vôos e "segurança" aos passageiros quanto ao planejamento das viagens.
Tempo indeterminado
Dos cancelamentos de hoje, a maior parte aconteceu nos aeroportos de Frankfurt, Munique e Düsseldorf e em conexões que tinham como destino a América e a Ásia, informa a Lufthansa. A companhia aérea tomou a decisão de cortar seus planos de vôo ao final do terceiro dia de greve, o que representou o cancelamento de 82 vôos, 70 de curta distância e outros 12 de longo percurso.
Segundo informações do sindicato Ver.di, 5 mil trabalhadores aderiram à greve. As negociações salariais fracassaram na semana passada quando os trabalhadores rejeitaram uma proposta de aumento salarial de 6,7% em quase dois anos, além de um pagamento extraordinário único, o que se traduziria em um aumento anual de 3,35%. Os trabalhadores reivindicam um aumento de 9,8% e um convênio com uma vigência de apenas um ano. A greve é por tempo indeterminado.