SÃO PAULO – O ministro da Cultura, Gilberto Gil, confirmou nesta quarta-feira, 30, que vai deixar o comando do ministério, segundo informações da Agência Brasil. Ele disse que vai se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta tarde para discutir a data de sua saída. Na agenda oficial do presidente, o encontro está marcado para as 16h30. O anúncio foi feito, no Rio, durante a abertura de um seminário sobre direito autoral.
Mais tarde, a Agência Brasil desmentiu a saída de Gil, no entanto, o fato foi confirmado pelo presidente Lula. "Ele (Gil) teve uma grande recaída: voltar a ser um grande artista. Ele vai priorizar o que é importante para ele", disse.
Gil, no entanto, não quis antecipar quando pretende deixar o cargo ou se vai indicar o substituto. "A notícia será notícia no tempo certo", disse. O ministro avaliou como positivo seu mandato, mas exaltou o trabalho de toda a equipe. Segundo ele, esse período foi "importantíssimo no Ministério da Cultura, por acaso, com o ministro Gil à frente".
Ainda de acordo com o ministro,outro aspecto positivo no comando da pasta foi o reconhecimento como Patrimônio Cultural Brasileiro de elementos da cultura regional como a capoeira, o frevo, o samba de roda e a pintura corporal dos índios.
Gil está no ministério desde o primeiro mandato Lula, em 2003. Desde a semana passada, aumentaram os rumores sobre sua saída. Não é a primeira vez que o cantor diz que vai deixar o governo. No fim do ano passado, ele havia anunciado sua saída, mas voltou atrás a pedido de Lula.
O ministro interino, Juca Ferreira, chega nesta quarta-feira, 30, da Bolívia, após encontro com ministros da Cultura do Mercosul. O interino em exercício é Alfredo Manevy. Gil também acaba de chegar de sua turnê pela Europa e retoma as atividades artísticas no dia 2, quando fará show em Itaipava (RJ). No dia 8, vai a Curitiba (PR), e no dia seguinte toca em Florianópolis (SC).
Gil argumenta que quer voltar à carreira artística e já disse que os discursos prejudicam suas cordas vocais. "Treinei minha voz para o canto, e não para discursos", afirmou na primeira tentativa de deixar o governo. Em outubro do ano passado, Gil foi submetido a uma cirurgia nas cordas vocais para a retirada de dois cistos.
(Com Jotabê Medeiros, de O Estado de S.Paulo )