Arrocho dos salários, retirada de direitos e intransigência nas negociações com os representantes dos trabalhadores têm sido o tom imprimido pelo senhor João Dória nas empresas controlados pelo governo. É o mesmo comportamento adotado em relação aos servidores, reflexo da mesma ideologia neoliberal que orienta o presidente Jair Bolsonaro.
Isto tem levado a um confronto com a classe trabalhadora e explica a greve iniciada nesta quinta (15) pelos ferroviários. A paralisação foi decidida após audiência de conciliação na quarta-feira (14) no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na qual a CPTM não apresentou nova proposta e a categoria ressaltou que não recebeu o programa de participação nos resultados de 2020 e não teve reajuste salarial no ano passado.
Ferroviários exigem respeito
O movimento é liderado por duas entidades sindicais: Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, que representa trabalhadores das linhas 7-Rubi e 10-Turquesa, e o Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana, da linhas linhas 8 -Diamante, 9-Esmeralda (Osasco/Grajaú) e 13-Jade. A adesão é altíssima, chegando a 100% em algumas linhas.
Em entrevista ao G1, José Claudinei Messias, que representa os ferroviários da Sorocabana, explicou que os sindicatos vêm tentando negociar com a CPTM já há mais de 2 meses a reposição salarial da categoria, mas a empresa sempre oferece reajuste zero desde o ano passado. Isto significa arrocho salarial, uma vez que a inflação tem corroído impiedosamente o poder de compra dos salários.
“Durante toda a pandemia, os ferroviários continuaram trabalhando, se dedicando, garantindo um transporte de qualidade para os profissionais da saúde, da educação, da segurança pública, entre outros. Nós tivemos, inclusive, que entrar na justiça pra garantir o fornecimento de máscaras e álcool em gel. A empresa não respeita os ferroviários”, afirmou.
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo, que a exemplo dos ferroviários enfrenta a intransigência da direção do Metrô e do governador João Doria manifestou em nota sua solidariedade com a greve, que reproduzimos abaixo.