Nesta terça, 31 de agosto, completam-se 5 anos da data em que o impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff foi consumado. É preciso compreender em profundidade aqueles acontecimentos que ocorreram em 2016 e deram curso a uma agenda profundamente nefasta para a classe trabalhadora e a nação brasileira.
No livro “O golpe do capital contra o trabalho” o jornalista Umberto Martins, assessor da presidência da CTB, propõe uma leitura crítica dos acontecimentos políticos em curso no Brasil desde o impeachment da presidenta Dilma Rousseff sob a ótica da classe trabalhadora.
Resgata, com este objetivo, conceitos polêmicos como classes sociais e luta de classes, enfatizando a participação das classes no drama político e as ligações nem sempre transparentes entre economia e política, que subordinam as instituições políticas ao poder econômico.
O caráter de classes do golpe se revela na medida em que seu principal objetivo foi favorecer os interesses das classes dominantes, ou seja, dos grandes capitalistas nacionais e estrangeiros e dos latifundiários, que apoiaram e sustentaram a deposição de Dilma Rousseff.
A classe trabalhadora, em contraposição, é apontada no livro de Umberto Martins como a principal vítima dos golpistas e também a principal força de resistência e luta contra o retrocesso social e político promovido pelo governo Temer.
É pobre e enganosa a leitura da conjuntura quando focada principalmente, ou exclusivamente, nas ações individuais dos seus protagonistas políticos, que no caso foram ou são meros instrumentos da operação golpista.
Temer, Cunha e Aécio Neves estrelaram o filme, em sua abertura. Mas são personagens que, embora relevantes, foram ou estão sendo devorados pelo golpe, o que é interpretado por alguns analistas superficiais como sinal de que este derivou para o caos.
Interesses e forças sociais mais amplas e mais poderosas, expressas no que o livro define sinteticamente como o Capital em oposição ao Trabalho, estão por trás do golpe.
Compreendem o grosso da grande burguesia brasileira, urbana e rural (os modernos latifundiários do chamado agronegócio), e sobretudo a burguesia financeira internacional, que comanda a ordem imperialista e cujos interesses orientam as políticas externas das potências capitalistas, com destaque para os EUA, que foram na realidade os regentes da orquestra golpista.
Em contraste com a aparência de caos, o fio condutor do golpe é uma ofensiva sem fronteiras contra direitos e conquistas seculares da classe trabalhadora, que desde 2016 vem sendo imposta sem diálogo e sem escrúpulos.
O cardápio golpista compreendeu
a reforma trabalhista, a reforma da Previdência
o novo regime fiscal fundado no congelamento dos investimentos públicos (EC 95)
as privatizações e entrega das riquezas nacionais
a eleição de Jair Bolsonaro, o mito da extrema direita com notórias ligações com a milícia carioca
a mudança da política externa, orientada agora pelo anticomunismo e a completa subordinação aos EUA
o desemprego em massa e o avanço da precarização do emprego e das relações trabalhistas
o estímulo aos crimes ambientais
as pregações neofascistas
o retorno da censura
a criminalização das lutas e ofensas diárias contra o que nos resta da frágil e golpeada democracia brasileira
O contra de trabalho verde e amarelo, por meio das MP 905 e, agora, a 1045, que foi aprovada pela Câmara Federal, mas não provavelmente não será aprovada pelo Senado.
Vê-se que, na verdade, não há caos, mas uma linha coerente de consumação do projeto que foi esboçado na “Ponte para o futuro” de Temer (na verdade uma pinguela para o retrocesso) e nos “15 pontos” de Aécio Neves.
O coroamento lógico do golpe veio com a eleição de Bolsonaro após a prisão de Lula, afastado da corrida presidencial por pressão dos militares e mais tarde inocentado dos falsos crimes que lhe foram imputados pelo ex-juiz Sergio Moro, um lacaio do imperialismo norte-americano.
Os trabalhadores não são golpeados apenas pelas reformas na legislação social, mas por um conjunto bem maior de iniciativas governamentais, inclusive aquelas que ofendem interesses nacionais mais amplos, como é o caso da alteração nas regras do pré-sal, do enfraquecimento da Petrobras e das empreiteiras e da deplorável mudança da política externa.
A obra destaca o fator geopolítico como a causa mais relevante do golpe. O tema é abordado no capítulo intitulado “O universal e o singular”. A instrumentalização da Lava Jato pelo imperialismo também mereceu um capítulo: “Ligações perigosas”.
Não se trata de uma análise neutra ou um retrato imparcial da conjuntura. É um texto engajado na luta da classe trabalhadora em defesa da democracia e por uma sociedade mais justa, voltada para a satisfação das necessidades e demandas populares e a construção de um Brasil próspero, democrático e soberano.
O preço do exemplar na promoção é R$ 30,00. Aproveite a oferta da CTB. Peça já o seu:
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil-CTB
CNPJ. 09.328.728/0001-11
Caixa Econômica Federal
AG. 2903 – OP. 003 C/C 00320-3
Pelo telefone +55 11 99784-1668 (zap) ou [email protected]