O esquerdismo, notava Lênin, é uma doença infantil que acompanha o movimento operário desde o berço e tem como características a intolerância ideológica e a aversão a alianças políticas. Um ponto no qual os extremos de direita e de esquerda se encontram.
Nas manifestações deste sábado (3) contra Jair Bolsonaro, patrocinadas por centenas de milhares de brasileiros e brasileiras, sinais desta doença e de seus efeitos foi exibido nas ruas por militantes do PCO (Partido Comunista Operário, de orientação trotskista).
Em São Paulo, agrediram manifestantes que carregavam bandeiras do PSDB e, na sequência, também do Movimento dos Sem Teto do Centro (MSTC).
Em Florianópolis atacaram militantes do PDT. Um membro da agremiação trotskista, a título de justificativa para a conduta sectária, disse que as manifestações são “da esquerda”.
Não é verdade. As manifestações são do povo, que não pode ser enquadrado partidária ou ideologicamente. Apegado ao gueto, a extrema esquerda não enxerga a necessidade de uma ampla frente política para defender a democracia, removendo Bolsonaro e derrotando o neofascismo.
A aprovação do impeachment no Congresso requer maioria qualificada de dois terços dos parlamentares nas duas casas. Os extremos se encontram. O esquerdismo, hoje, joga água no moinho do Bolsonaro.
Líder do MSTC faz BO
Apesar da agressão, o presidente do diretório municipal do PSDB em São Paulo, Fernando Alfredo, afirmou que o partido continuará presente nos próximos atos.
A líder do Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC), Carmem Silva, contou detalhes do conflito na capital paulista sábado (3).
“Eu sou contra todo e qualquer ato de violência. Tinha, mais ou menos, uns 30 manifestantes com camisetas do PCO, tinhas três mulheres no meio e eram pessoas preparadas para a briga. Uma com uma bag cheia de pedras, cheia de bexigas com água, goiaba podre, eram pessoas preparadas para o confronto”, conta Silva.
“Fui surpreendida com uma bandeira, com militantes do PSDB. Eu chamei o meu pessoal e disse ‘vamos recuar um pouco e deixar o PSDB passar’ e disse que não queria que tirassem fotos com a gente na frente com a bandeira do PSDB atrás. E no que eu estou recuando com as pessoas eu vejo dois militantes nossos apanhando de militantes do PCO. Era a Bianca apanhando e o Felipe e eu fui tirar os dois”, Relata Silva.
Dois celulares do MSTC teriam sido roubados. “A menina que estava apanhando, a Bianca, estava com o celular do Felipe e o dela. No momento em que ela estava apanhando, pegaram a bolsinha dela e tiraram os celulares. Fizemos B.O, apresentamos a nota fiscal dos aparelhos”, lamentou Carmem Silva que ainda fez um apelo ao PCO e pediu para que devolvam os celulares.
Por fim, a líder do MTSC também afirmou que até este momento eles não foram procurados pelo PCO para um pedido de desculpas e pela devolução dos celulares roubados.
Leia abaixo a nota de repúdio a agressão a militantes do MSTC e CMP
Neste sábado (03/07), integrantes do Movimento Sem Teto do Centro, filiado à Central de Movimentos Populares (CMP), coordenado por Carmen Silva, que é da direção estadual da CMP-SP, foram às ruas com diversas frentes, partidos, organizações sociais e movimentos populares, como a CMP, para exigir o impeachment de Bolsonaro. É o terceiro ato convocado pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro, em que o MSTC e a CMP se unem ao povo brasileiro contra o governo genocida, fascista e corrupto.
Em um certo trecho da caminhada neste sábado na Avenida Paulista, integrantes do MSTC e da CMP foram surpreendidos por pessoas vestindo camisetas do Partido da Causa Operária (PCO), que agrediam nossos militantes. Carmen Silva tentou apaziguar os ânimos, tentativa em vão, pois três membros do movimento MSTC foram agredidos, um na cabeça, outro no estômago e outro no braço.
O Movimento estuda com seus advogados, quais providências legais podem ser tomadas para coibir novos episódios de violência como este que ocorreu no dia de ontem. Nosso adversário é o Bolsonaro e não movimentos que lutam por direitos, moradia, vacina, e pelo Fora Bolsonaro. O objetivo é derrubar Bolsonaro.
A CMP repudia a agressão aos nossos militantes. Não aceitamos a agressão sectária a trabalhadores (as) por parte de pessoas vestidas com as cores da revolução, que tentam dividir o movimento que está nas ruas para derrubar o governo Bolsonaro – que está roubando dinheiro que deveria ser usado para comprar vacinas, criar emprego e proteção social.
Paz entre nós, guerra ao inimigos.
Fora Bolsonaro!
Central de Movimentos Populares
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