A informação consta do Boletim Emprego em Pauta 20 divulgado pelo Dieese. O texto analisa dados sobre a ocupação de profissionais da saúde no período.
Foram contratados mais médicos(as) (18,7%) do que enfermeiros(as) em geral (5,8%)
A ocupação de profissionais de enfermagem, que exige ensino superior completo, cresceu mais (18,5%) do que a de profissionais de nível médio de enfermagem (1,0%).
Embora a oferta de emprego tenha subido na área de saúde entre os 4º trimestres de 2019 e 2020 o rendimento médio real dos trabalhadores do ramo no Brasil caiu 1%. Para os(as) trabalhadores(as) que tinham ensino superior completo, a queda foi de 9,1%; para os profissionais de enfermagem, de 11,8%, e para os(as) médicos, de 12,3%.
Desigualdades
Em comparação com o rendimento médio dos(as) trabalhadores(as) com ensino superior em geral, os profissionais de nível médio de enfermagem que tinham ensino superior completo receberam 36,4% menos, enquanto os profissionais de enfermagem, para os quais há exigência de ensino superior completo, receberam 11,5% a menos.
No 4º trimestre de 2019, os(as) trabalhadores(as) da enfermagem para os quais era exigido ensino superior recebiam 66,4% a mais do que enfermeiros(as)com essa mesma formação, dos quais era requerido apenas o nível médio. No 4º trimestre de 2020, essa diferença caiu para 39,3%.
A redução da desigualdade de rendimentos no trabalho de enfermagem, no entanto, se deu mais pela queda da renda dos(as) trabalhadores(as) com ensino superior completo em ocupações que exigem essa formação (-11,8%) do que pelo crescimento do rendimento dos(as) trabalhadores(as) sem esta qualificação.
A situação dos médicos é diferente. De acordo com o Dieese, o rendimento médio real dos(as) médicos(as) caiu 12,3% (na pandemia), mas ainda é seis vezes maior do que a média recebida pelos brasileiros, três vezes maior do que a média recebida por trabalhadores com ensino superior completo e três vezes mais do que o aferido pelos profissionais de enfermagem.
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