Pazuello ganhou dos senadores o apelido de “campeão das mentiras”

A CPI da covid retomou na manhã desta quinta-feira (20) o depoimento do general Eduardo Pazuello, o ex-ministro da Saúde de Bolsonaro que foi pressionado a deixar o cargo depois de um desempenho desastroso à frente da pasta no momento em que o Brasil ultrapassou a marca dos 270 mil mortos.

O militar usou uma generosa liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski, que impede sua prisão em função do depoimento, como salvo conduto e escudo para faltar com a verdade e exibir arrogância. Mentiu compulsivamente e de cara limpa durante os dois dias do depoimento e foi apelidado pelos senadores de “campeão da mentira”. O relator da CPI, Renan Calheiros, computou nada menos que 14 mentiras proferidas pelo general.

Negacionismo

Pela narrativa falsa do ex-ministro o Brasil vive no melhor dos mundos e não houve erro na condução da política sanitária. Ele usou e abusou do negacionismo que orienta a cartilha do governo.

Negou a negligência em relação à vacina, o estímulo ao uso de medicamentos comprovadamente ineficazes, atraso na contratação de vacina da Pfizer, responsabilidade na tragédia do Amazonas.

Afirmou que Bolsonaro nunca interferiu em suas decisões à frente do Ministério da Saúde quando é pública e notória a grosseira desautorização que o presidente fez do protocolo de compras de 46 milhões de doses da CoronaVac que Pazuello anunciou.

O fato ficou registrado nas redes sociais e em entrevista aos meios de comunicação. O general quis tapar o sol com a peneira, mas tudo que conseguiu foi realçar a mentira e reforçar a fama de mentiroso.

O conselheiro de Bolsonaro

Nesta quinta o ex-ministro de Bolsonaro prossegue tergiversando e mentindo. Culpou o governo do Amazonas e a empresa White Martins pela crise do Estado, mascarando a óbvia responsabilidade do Ministério do Trabalho e do governo federal, que sequer cuidou de garantir oxigênio às vítimas da covid em Manaus.

A CPI da covid também já teve a sessão de hoje marcada por uma encenação do filho 01 do presidente, Flavio Bolsonaro, que reagiu ao ver seu irmão Carlos Bolsonaro sendo citado como influenciador do pai afirmando que na verdade o grande conselheiro de Jair Bolsonaro é o célebre picareta Silas Malafaia.

“Quero a palavra porque estão falando de minha família, não admito citarem o tempo todo o nome de Carlos Bolsonaro aqui como mentor de meu pai. Como se um filho não pudesse conversar com o pai… Querem saber quem aconselha meu pai diariamente? o pastor Silas Malafaia” disse.