Por Altamiro Borges
A crise do modelo de negócios da mídia monopolista é violenta e ligeira. E ela não atinge, como se imaginava no passado, apenas os veículos impressos – o que foi confirmado nesta quinta-feira (6) com o anúncio do fim da revista Época. A crise também afeta as emissoras de televisão – tanto a TV aberta como a TV por assinatura.
Na terça-feira (4), o jornalista Ricardo Feltrin, especializado em mídia, postou no site UOL que a TV paga perdeu mais de meio milhão de assinantes nos últimos meses. “Segundo dados da Anatel, no mês passado ‘evaporaram’ mais 200 mil assinantes. De fevereiro para março deste ano, o setor já havia perdido mais de 150 mil. Em janeiro, outros 180 mil”.
“Os números são realmente terríveis: desde dezembro do ano passado – em apenas quatro meses, portanto –, a TV por assinatura brasileira já perdeu mais de meio milhão de assinantes (para ser exato, 521.059 assinantes). Em pouco mais de cinco anos já ‘desapareceram’ mais de 5 milhões de pagantes (25% da base que existia no finalzinho de 2014)”.
Guerra encarniçada com novos atores
Atualmente, segundo a Anatel, o Brasil possui 14.307.659 assinantes deste serviço. E a tendência é de queda persistente. Ricardo Feltrin lista novamente o que ele considera os principais motivos desse declínio: “crise econômica, desemprego, pirataria, expansão do streaming, a própria internet, mau atendimento, pacotes caros, etc. etc. e tal”.
O jornalista até pede sugestões aos leitores da sua coluna para “salvar” a TV paga. Mas está difícil concorrer com os novos “players” da área de comunicação. A guerra inclusive já está em outro patamar – com a disputa cada vez mais encarniçada pelo mercado entre o YouTube e a Netflix. A tevê tradicional perde espaço neste novo mundo.