Entregadores de aplicativos planejam uma paralisação na cidade de São Paulo na próxima sexta-feira (16). O movimento denuncia más condições de trabalho e taxas de pagamento cada vez menores.
A greve na capital paulista vai reunir trabalhadores independentes, que tentam reverter a exploração na prestação do serviço e garantir acesso a direitos básicos.
Desde o ano passado a categoria chama atenção para o problema, com manifestações no país todos. Na ocasião, as demandas principais eram a remuneração maior da taxa mínima de corrida e o pagamento padronizado por quilometragem.
Em junho de 2020 a categoria realizou sua primeira greve, temperada com denúncias sobre condições de trabalho e baixa remuneração. Os aplicativos, em geral poderosas empresas multinacionais como a UBER, submetem os trabalhadores e trabalhadoras a uma superexploração que lembra os primórdios do capitalismo, época em que inexistiam direitos trabalhistas.
Pior do que antes
Apesar da paralisação, os entregadores relatam que, de lá para cá, nada mudou e em meio à pandemia a situação piorou. Em conversa recente com o Brasil de Fato, o motoboy Simões*, que atua com entregas há quinze anos reafirmou a percepção.
“Fizemos a paralisação e os caras não cederam em nada. As taxas estão cada vez piores. Esses dias peguei uma corrida da Rappi por R$ 3,60 para andar um raio enorme. Está pior do que já estava. Fica quem não tem outra opção. A gasolina aumenta, mas as taxas não”.
A remuneração precária não é o único problema. Os trabalhadores afirmam que as plataformas ainda bloqueiam profissionais de maneira arbitrária e não fornecem equipamento suficiente para proteção contra a covid-19.
Eles vão se reunir em frente ao estádio do Pacaembu, a partir das 13h e pedem apoio dos colegas que não poderão comparecer, “Caso você não possa estar presente, desligue seus Apps”, convoca o movimento.
*Simões é um nome fictício; a fonte preferiu não se identificar completamente por receio de retaliação
Fonte: Brasil de Fato