A greve dos caminhoneiros começou esvaziada nesta segunda-feira (1) e ficou resumida a protestos pontuais, inclusive contra o governador de São Paulo, João Doria
Caminhoneiros bloquearam duas pistas da Rodovia Castello Branco, na altura de Barueri, na grande São Paulo, durante a manhã desta segunda-feira (1º). O bloqueio ocorre no km 30 da rodovia, sentido capital. As demais faixas da rodovia estão liberadas. Os caminhoneiros protestam a favor da redução do ICMS e miram o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Também reclamam das restrição determinadas pelo governo estadual para tentar conter a pandemia.
De acordo com o ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), não há registro de bloqueios em outras rodovias. Lideranças dos caminhoneiros afirmam, de outro lado, que a greve está acontecendo em Recife, Rio Grande do Sul, Itajaí e Fortaleza e há 12 pontos de bloqueio pelo país, mas não restam dúvidas de que o movimento não alcançou a adesão esperada no seu primeiro dia e parece caminhar para o completo esvaziamento.
A categoria reclama da alta do preço do diesel e pede a isenção de impostos federais – PIS/Cofins – sobre os combustíveis. Também reivindica o cumprimento da lei que prevê o piso mínimo para os fretes e mudanças no projeto conhecido como BR do Mar, que regulamenta o transporte de cabotagem.
A tabela do frete foi uma conquista dos motoristas após a greve de 2018, que durou 11 dias. Mas a medida foi contestada no Supremo Tribunal Federal (STF), que demora em julgar a sua constitucionalidades.
A paralisação desta segunda (1°) foi convocada pelo Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC); a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL); e a Associação Nacional de Transporte no Brasil (ANTB).
Os caminhoneiros afirmarem que a situação hoje é pior do que a enfrentada na greve anterior. No entanto, uma parcela reluta em apoiar a paralisação. Eles acusam os que pretendem parar de quererem prejudicar o governo do presidente Jair Bolsonaro. Dessa vez, Bolsonaro apelou aos motoristas para que não engrossassem a paralisação. Em 2018, quando era pré-candidato à presidência, ele apoiou as reivindicações dos caminhoneiros, que realizaram bloqueios pelo país.
“Desmamar do governo”
Apesar do apoio ainda significativo a Bolsonaro na categoria, uma fala do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, azedou o humor dos caminhoneiros. Em conversa com uma das lideranças da categoria, Tarcísio afirmou que os transportadores precisam “desmamar do governo”. O áudio circulou em grupos de Whatsapp dos caminhoneiros durante o domingo (31). “Enquanto vocês não desmamarem do governo, vão ver as empresas crescendo e vocês com cada vez mais dificuldades”, disse o ministro.
Com informações da RBA
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