Sebastião Melo (MDB), candidato à Prefeitura de Porto Alegre que disputa o segundo turno contra Manuela D’Ávila (PCdoB), fez uma declaração fictíca à Justiça forjando uma situação de pobreza com o objetivo de não pagar uma dívida com a Receita Federal, segundo reportagem da revista Veja. A pendência é referente à declaração irregular às autoridades do pagamento de uma indenização.
A declaração irregular levou a determinação de uma multa de R$ 122 mil em dezembro de 2013. O caso se arrasta até hoje. Em julho deste ano, Melo pediu que lhe fosse concedido o benefício da gratuidade, que exoneraria o candidato de pagar as custas e honorários do processo. Este benefício só pode ser concedido a pessoas em situação de “hipossuficiência financeira”, ou seja, a quem não tem condição financeira abastada.
No entanto, o Tribunal Federal da 4ª Região, em Porto Alegre, indeferiu o pedido, considerando que estava “ausente nos autos declaração pessoal de pobreza”. Os holerites de Melo recebidos pelo Tribunal indicavam remuneração de R$25,3 mil mensais. Além disso, em 2015 a Fazenda Nacional descobriu que Melo tinha aplicações financeiras de R$ 94,9 mil.
Neste ano, na relação de bens apresentada ao Tribunal Regional Eleitoral consta uma conta bancária no exterior, dois fundos de investimento, aplicações em previdência, títulos de capitalização e outros investimentos, além de seu patrimônio fixo. Ao todo, seu patrimônio é de R$ 458 mil. Procurado pela reportagem da Veja, Melo disse sobre o pedido de gratuidade: “Eu nunca pedi gratuidade. Se meu advogado pediu, ele que responda por isso”. Será ingenuidade ou mentira?
A falsidade ideológica do candidato das forças conservadoras, que ele malandramento atribui ao advogado, não desperta surpresas. Afinal, a campanha dele contra a candidata Manuela D´Avila é recheada de calúnias e Fake News. Mais de 500 mil Fake News (notícias mentirosas) foram disparados contra a candidata pela coligação PCdoB/PT.
A mentira parece fazer parte do DNA do emedebista, que conta com o apoio da indústria bolsonarista de Fake News na campanha. Mas ele invariavelmente nega responsabilidade sobre elas, atribuindo-a a partidários ou, como no caso da sonegação fiscal, ao próprio advogado.
O mentiroso nem devia estar concorrente, mas conta é apoiado por forças poderosas. É imperioso não apenas torcer, mas lutar para que a verdade saia vitoriosa nas urnas no próximo domingo.