A pandemia do coronavírus intensificou a crise da indústria de transformação no Brasil e atingiu com inusitado vigor o ramo automobilístico. A classe operária é quem mais sofre em tais condições, assim como com as medidas antissociais impostas pelo governo Bolsonaro.
Apesar das dificuldades, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Betim tem conseguido bons resultados na luta em defesa da categoria. Esta é a avaliação do seu presidente, Alex Custodio, que liderou uma reunião de dois dias da diretoria plena da categoria (segunda, 27, e terça, 28) para debater a conjuntura nacional e os desafios do momento.
A atual gestão teve início confrontando sérios desafios. “Somos uma diretoria nova, assumimos em abril, já na pandemia”, comenta Custodio. “Começamos nossa atuação sindical quando as MPs 927 e 936 estavam sendo editadas, prevendo suspensão de contratos ou redução de jornada e salários”.
“Tivemos que fazer acordos e até mesmo Convenção Coletiva de Trabalho emergencial com intuito de garantir mais estabilidade no emprego e menos perdas nos salários dos trabalhadores. Obtivemos grande êxito”, assegura.
Mesmo sob os efeitos da crise sanitária e econômica, “conseguimos negociar PLRs (Participação nos Lucros e Resultados) com dezenas de empresas e nenhum valor ajustado foi menor que o ano anterior. Agora estamos em campanha salarial, lutando e resistindo a vários ataques dos patrões, que estão tentando usar a pandemia para retirar direitos históricos, conquistados com muita luta ao longo da história”, complementa o sindicalista.
Eleições municipais
A reunião contou com a participação do presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Adilson Araújo, que falou sobre a conjuntura nacional ressaltando a importância da inserção da classe trabalhadora na luta política nacional.
Embora a luta cotidiana dos sindicatos em defesa do emprego, salários e direitos tenha grande relevância é no plano político que se resolvem questões essenciais para a vida da classe trabalhadora relativas a direitos, empregos e remuneração.
Neste momento, segundo Adilson, será preciso concentrar esforços nas campanhas de candidatos e candidatas às eleições municipais comprometidos com as causas dos trabalhadores visando derrotar a direita e acumular forças para mudanças maiores no futuro.