Por Anderson Pereira
“O Desmonte do Estado e as Eleições Municipais”. Este foi o tema discutido nessa quinta-feira (22) pela Secretaria de Formação da CTB-MG. O evento foi transmitido ao vivo pelo Facebook da Central e teve como convidado o advogado e assessor técnico da Câmara dos Deputados, Flávio Tonelli Vaz.
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Além de Vaz, participaram também a presidenta da CTB-MG, Valéria Morato, o coordenador da Secretaria de Formação da CTB-MG, Jota, e dezenas de outros sindicalistas e trabalhadores de Belo Horizonte e do interior do Estado.
Durante o vídeo, Flávio Tonelli Vaz chamou a atenção dos participantes para a atual política de Estado Mínimo que tem sido aprofundada pelo governo Bolsonaro/Paulo Guedes.
Uma das faces dessa política, segundo ele, é a atual reforma administrativa que está em curso no Congresso Nacional. A medida, se aprovada, “vai atingir não só os trabalhadores públicos, mas todo o país”, disse ele.
“O que essa política quer é o desmonte do Estado, o desmonte do serviço público. Estamos falando de menos médicos, professores e profissionais de segurança. O objetivo dessa reforma é retirar o Estado e entregar esses serviços para o setor privado” alertou ele. O especialista rebateu o falso argumento do governo de que é preciso “cortar privilégios”. “Os militares ganham 15 salários por ano”, lembrou ele.
Segundo Tonelli, desde 2016, a partir da aprovação da PEC do Teto dos Gastos (EC/95), o país aderiu a uma política de austeridade que ele classificou como “irresponsável”. Essa medida limitou os investimentos públicos no Brasil por 20 anos. “Depois disso, o Brasil não consegue ampliar o subsídio para comprar arroz por causa dessa PEC dos Gastos”, exemplificou ele.
Enquanto o Governo Federal retira dinheiro da saúde e educação, por outro lado se esforça para garantir o lucro dos rentistas. No próximo ano, Bolsonaro e Paulo Guedes já reservaram cerca de R$ 600 bilhões de pagamento de dívidas que deverão ser quitadas em abril.
“Essa é a primeira vez na história que um governo antecipa esse tipo de operação. O governo armou uma verdadeira armadilha fiscal para o país e a imprensa, até aqui, não deu uma linha sobre este absurdo”, disse ele.
Segundo Tonelli, a pandemia apenas agravou a situação econômica do país. De acordo com ele, o país cresceu 1% ao ano de 2017 a 2019. Para este ano, ele prevê uma queda entre 6% e 7% da economia brasileira.
Para o advogado, é urgente debater essa realidade com os eleitores nessas eleições.
“Essas políticas de austeridade fiscal não levaram o país a lugar nenhum. Elas servem de desculpa para transferir mais dinheiro para os rentistas. Eu não construo um país menos desigual sem a ação direta do Estado”, afirmou ele.
Formação
As transmissões da Secretaria de Formação da CTB Minas, coordenada pelo Jota, e do Coletivo de Formação da Central são realizadas quinzenalmente e tem como objetivo é levar informação e formação à base cetebista.