Após acordo costurado pelos representantes do governo no Codefat (Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador), a votação para concessão de duas parcelas extras de seguro-desemprego para quem for demitido sem justa causa foi adiada. Pelo acordo, selado em reunião realizada nesta quinta-feira (24) o tema voltará a ser debatido pelo conselho em 15 dias.
A bancada dos trabalhadores no conselho propôs a extensão das parcelas por dois meses em função da crise sanitária e econômica, que provocou forte aumento do desemprego e ampliação do tempo em que o trabalhador em média leva para encontrar um novo posto de trabalho.
Atualmente, o trabalhador recebe entre três e cinco parcelas do seguro-desemprego, dependendo do tempo trabalhado e de quantas vezes já fez o pedido.
Em nota divulgada recentemente, as centrais sindicais defenderam a prorrogação do seguro ponderando que a situação dos trabalhadores tornou-se mais dramática com a pandemia. “Segundo o IBGE, quase 9 milhões de empregos foram perdidos entre o primeiro e o segundo trimestres de 2020, enquanto o emprego com carteira assinada diminuiu em 3,7 milhões de postos entre fevereiro e junho. O CAGED, do Ministério da Economia, apurou a eliminação de 1,4 milhão de postos de trabalho formal entre março e julho. A crise no emprego afetou praticamente todos os setores da economia e com força devastadora nos vários segmentos de serviços e comércio.”
O Codefast é formado por seis representantes dos trabalhadores, seis do governo e seis do empresariado. A decisão sobre a proposta, que demanda urgência, será tomada pela maioria em 15 dias se não houver novo adiamento.