Por Fernando Brito
Menos de um ano após ser forçado a renunciar, o ex-presidente boliviano Evo Morales pode assistir à vitória do seu candidato nas eleições presidenciais de 18 de outubro, diz o El País, em análise sobre as pesquisas eleitoral e o comportamento das forças políticas da direita no país andino.
O jornal trabalha com uma pesquisa da organização Tu Voto Cuenta, formada por universidades, veículos de comunicação e organizações da sociedade civil boliviana, que aponta (veja o quadro), que dá 40,6 % dos votos a Luís Arce, economista e professor universitário que foi Ministro da Economia e Finanças de Morales, em seus três mandatos.
Segindo o El país, os percentuais podem ser até maiores para o candidata do Movimiento Al Socialismo, porque a perseguição política aos “evistas”, desde o golpe do final do ano passado poderia fazer muitos de seus eleitores ocultarem-se com uma declaração de indecisão quanto ao voto.
Pelas regras eleitorais bolivianas, se um dos candidatos alcançar 40% e abrir 10 pontos ou mais de vantagem para o segundo colocado, vence em primeiro turno.
Esta semana, a presidente interina Janete Añez, abandonou sua candidatura, dizendo que não ia contribuir para ajudar o partido de Morales a vencer contra uma direita dividida.
Mas não conseguiu ainda unidade entre seus apoiadores para dar apoio a um dos dois principais candidatos conservadores,: Carlos Mesa, ex-presidente do país por cinco meses, entre 2004 e 2005. e Luís Camacho, com base em Santa Cruz de la Sierra e conhecido como “Bolsonaro boliviano”.
Ontem, Morales prometeu que volta à Bolívia um dia após as eleições, no caso de vitoria de Arce.