Presidente da CTB convoca trabalhadores e trabalhadoras para manifestações deste sexta-feira

Por Adilson Araújo, presidente da CTB

Sexta-feira, 7 de agosto, será o Dia Nacional de Luto e de Luta. A CTB e as centrais sindicais vão promover unitariamente manifestações de protestos em todo o país e peço aqui o seu apoio e participação na mobilização.

Por que protestar?
O Brasil está se aproximando da trágica marca de 100 mil mortos pela covid-19 e tornou-se vice-campeão no ranking mundial de óbitos decorrentes da doença. Foram registradas mais de mil vítimas fatais por dia, em média, ao longo das últimas semanas, uma catástrofe humanitária, maior do que a recente explosão no porto do Líbano, que hoje comove o mundo.

Não devemos naturalizar a tragédia brasileira, pois ela não era nem é inevitável. Dezenas de milhares de vidas poderiam ser poupadas e salvas se o governo federal tivesse reagido de forma responsável e eficiente ao desafio da pandemia, em conformidade com as orientações científicas da Organização Mundial da Saúde. Se tivesse adotado as medidas necessárias para conter o avanço do vírus.

Infelizmente não foi o que ocorreu. Desde meados de março, quando se teve notícia do primeiro caso do novo coronavírus no país, o presidente Jair Bolsonaro desdenhou os riscos da pandemia, que classificou como uma mera “gripezinha”. Declarou guerra ao isolamento social e ao uso de máscaras. Participou pessoalmente de manifestações golpistas e estimulou concentrações.

O presidente comportou-se objetivamente como um aliado da covid-19 e, por esta e outras, foi acusado de genocídio contra o povo brasileiro. Sua responsabilidade nas mortes é irrefutável. O Ministério da Saúde foi loteado por militares e dedicado à inglória tarefa de falsear e mutilar as estatísticas sobre mortes e infectados pelo vírus. Desembolsou menos de um terço das verbas orçadas para o combate à pandemia, deixando a população na carência de testes, materiais e equipamentos necessários ao enfrentamento da crise sanitária.

Estados e municípios, cujos governantes foram alvos da fúria insana do senhor Jair Bolsonaro, também ficaram à míngua.

Interligado aos problemas na área da saúde, a economia nacional atravessa uma severa recessão. Menos da metade da população brasileira em idade ativa está ocupada hoje em dia. O desemprego em massa, o desalento, a subocupação e a informalidade dominam o cenário do mercado de trabalho nacional.

Nada menos que 8,9 milhões de postos de trabalho foram destruídos no país entre abril e junho deste ano, quando a taxa de desemprego aberto subiu para 13,3%.

Não podemos assistir com passividade tanto horror e iniquidades. É imperioso protestar. Por isto, as centrais convocaram para esta sexta, 7 de agosto, o Dia Nacional de Luto e Luta com o objetivo de


• Repudiar a iniciativa de prefeitos e governadores que já planejam e até fixaram data para retorno presencial dos alunos às aulas. Atitude que os iguala ao genocida Bolsonaro.


• Exigir das autoridades os equipamentos de proteção individual e coletivo para os trabalhadores das categorias essenciais, em especial os da área de saúde.


• Reafirmar nossa pauta emergencial de apoio aos setores mais vulneráveis na crise, que consiste em:
a) manutenção do auxílio emergencial de R$ 600,00, no

mínimo, até 31 de dezembro de 2020;
b) ampliação das parcelas do seguro desemprego;
c) liberação de crédito para as micro e pequenas empresas;
d) fortalecimento do SUS (Sistema Único de Saúde);

e) ampliação dos investimentos públicos nos setores essenciais, na reconversão da indústria, na infraestrutura, saneamento e habitação com o objetivo de superar a recessão e gerar milhões de empregos;

f) derrubada pelo Congresso Nacional dos vetos do presidente da República que impedem a garantia dos direitos conquistados pelos trabalhadores(as) e seus sindicatos, por meio da ultratividade, dos acordos e convenções coletivas de trabalho.

Em defesa da saúde, da democracia, do emprego e da vida

FORA BOLSONARO

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