Uma nova alta em casos de coronavírus fez com que o número total de notificações na Rússia ultrapassasse, nesta segunda-feira (11), a Itália e o Reino Unido. O país se tornou a terceira nação com mais pacientes, com um total de 221 mil.
Porém, parece claro que o alto número de casos confirmados reflete os testes em massa que a Rússia promoveu, pois foram registradas 2.000 mortes, o que torna o país o 18º do mundo em número de óbitos.
O contraste com o Brasil é flagrante. Aqui, foram notificados 163 mil casos e nada menos que 11.211 mortes até o Dia das Mães (10 de maio, quando morreram mais de 700 pelo coronavírus). Ou seja, temos quase seis vezes mais óbitos do que a Rússia, o que indica que o número de casos reais é muito maior do que sugerem as estatísticas oficiais, em função da falta de testes.
Milhões de testes
Só a Espanha e os Estados Unidos têm números de casos notificados de coronavírus maiores. No entanto, a Espanha tem 26,6 mil mortes, e os EUA, quase 80 mil.
A Rússia tem muitos casos porque fez mais de 5 milhões de testes em sua população, de acordo com a agência de notícias russa Tass e o governo do país. Segundo um texto de 9 de maio, foram testadas, até aquela data, 5,2 milhões de pessoas.
De acordo com a plataforma colaborativa Worldmeters, outros países da Europa fizeram um volume menor de testes: no Reino Unido, foram 1,8 milhão, na Espanha, 2,4 milhões, e na Itália, 2,5 milhões.
Presidente da Rússia, Vladmir Putin; país apostou nos testes para vencer a pandemia
Veja o número de casos por país, de acordo com a Johns Hopkins.
- Estados Unidos: 1,3 milhão
- Espanha: 224 mil
- Rússia: 221 mil
- Reino Unido: 220 mil
- Itália: 219 mil
- França: 177 mil
- Alemanha: 171 mil
- Brasil: 163 mil
Moscou é o epicentro
Mais de metade de todos os casos e das mortes aconteceram em Moscou.
Na comparação entre o número total de óbitos neste ano contra o ano passado, há uma alta de 18%, o que indica que há possibilidade de um número maior de mortes por Covid-19.
Oficiais do governo atribuem o menor número de mortos e o crescente e grande número de casos a um vasto programa de testes.
Isso permitiu aos médicos identificar rapidamente as pessoas que precisam de cuidados médicos e garantir que eles os recebam em tempo hábil, segundo o governo.
No final do mês passado, o presidente Vladimir Putin estendeu as medidas de bloqueio de coronavírus até 11 de maio e ordenou que seu governo iniciasse os preparativos para o levantamento gradual dos freios a partir de meados de maio.
Putin disse aos russos na época que os piores dias do surto ainda estavam por vir. Dois dias depois, o primeiro-ministro Mikhail Mishustin anunciou que estava com o vírus e precisava se afastar temporariamente.
Putin ordenou que o governo apresentasse um plano para movimentar a economia novamente até 1º de junho.
Moscou e outras regiões russas estão na sétima semana de um bloqueio. Os residentes da capital foram instruídos a ficar em casa, exceto em determinadas circunstâncias, como sair para comprar alimentos e remédios. Eles devem obter uma licença digital para viajar para qualquer lugar por transporte público ou privado.
Com informações do G1