Política econômica também é reprovada: 52% acham que a economia está no caminho errado
No discurso que fez diante do Palácio do Planalto no domingo (3), durante ato golpista pelo fechamento do STF e o Congreso Nacional e intervenção militar, o líder neofascista disse que tem o apoio das Forças Armadas e do povo brasileiro.
Mais uma vez, Bolsonaro estava mentindo. Em nota divulgada nesta segunda-feira (4), o Ministério do Exército afirma que as Forças Armadas estão ao lado da lei, da democracia e da liberdade, o que significa que não serão instrumento de um novo golpe no país.
Por outro lado, uma nova pesquisa, da XP Ipespe, atesta que sua gestão irresponsável e incompetente é reprovada pela maioria do povo. Os dados mostram que a reprovação do Executivo subiu 7 pontos, de 42% para 49% depois do pedido de demissão de Sergio Moro. Já a avaliação positiva caiu de 31% para 27%.
Também é notável o crescente descontentamento contra a política econômica, reprovada por mais da metade da população e respaldada por menos de um terço. Uma expressiva maioria (62%) defende a mudança da política econômica, com mais investimentos do Estado para superar a crise, numa rejeição óbvia ao fundamentalismo neoliberal de Paulo Guedes, alicerçada na obscura ideia de Estado mínimo.
De acordo com a pesquisa, caiu também a nota média atribuída ao presidente, que era de 5,1 na pesquisa divulgada em 24 de abril e passou para 4,7 no levantamento atual. Já a nota média atribuída a Sergio Moro teve movimento inverso: passou de 6,2 para 6,5 frente à sua saída do governo.
Sobre os efeitos da demissão de Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, continua em 67% a porcentagem de entrevistados que acreditam que ela trará impactos negativos para o restante do governo.
Em relação ao novo ministro, André Mendonça – que antes era advogado-geral da União -, 69% dizem acreditar que ele terá uma atuação com interferências do presidente, enquanto 19% esperam uma atuação independente.
Em relação à avaliação do Congresso Nacional, a parcela dos que consideram o Parlamento ruim ou péssimo subiu de 36% para 40%, enquanto a de ótimo ou bom variou de 18% para 16%.
Para esse levantamento, foram realizadas 1.000 entrevistas de abrangência nacional, nos dias 28, 29 e 30 de abril. A margem de erro é de 3,2 pontos percentuais.
“Caminho errado”
A pesquisa também mostrou uma percepção menos favorável sobre os rumos da economia. Dos entrevistados, 52% acham que a condução econômica está no caminho errado, contra 47% na semana passada. Os que veem a economia no caminho certo oscilaram de 35% para 32%.
A maior parcela dos participantes (62%) acredita que Bolsonaro deve mudar a política econômica, com mais investimentos do governo, para superar a crise. Já 29% avaliam que o presidente deve manter as reformas e o enxugamento dos gastos públicos, com mais participação de empresa privadas.