A Direção Nacional Plena da CTB realiza reunião nesta terça-feira (28) para debater os temas da atualidade. A análise de conjuntura ficou a cargo da deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA). O presidente da do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, também fez uma palestra para os sindicalistas.
Na opinião da parlamentar baiana o Brasil vive uma instabilidade e crise política inéditas, em meio ao avanço da pandemia do coronavírus e da recessão econômica, “geradas pelo próprio presidente da República”.
Ela lembrou que desde a posse de Jair Bolsonaro em 2019 “enfrentamos uma conjuntura muito adversa para a classe trabalhadora e o conjunto do povo brasileiro”. Uma fase de retrocessos graves, que compreendeu a reforma da Previdência, ataques ao Direito do Trabalho e ameaças à democracia.
Exemplo da China
A líder socialista enalteceu a resposta da China à pandemia, que resultou no controle da doença e também na amenização dos efeitos deletérios sobre a economia, que está em recuperação.
Com mais de 1 bilhão de habitantes o país somou pouco mais de 4 mil mortos ao passo que nos EUA e países europeus como Itália, Espanha, Inglaterra e França morreram muito mais. A maior potência capitalista do planeta, com uma população quatro vezes menor que a China, já acumula quase 60 mil mortos e 1 milhão de casos registrados.
A resposta neoliberal à crise sanitária foi um desastre em todo o mundo. Presos à ideologia do Estado mínimo, governos neoliberais procuraram defender os interesses dos grandes capitalistas em detrimento da saúde dos povos.
O avanço letal da doença forçou os governos da maioria desses países a recuar e recorrer a uma forte intervenção do Estado. Trilhões foram desembolsados para fazer frente à crise, inclusive nos Estados Unidos presidido por Donald Trump.
Bolsonaro na contramão
No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro, que no geral se comporta como um papagaio de Donald Trump, ainda hoje mantém teimosamente uma postura irresponsável de menosprezo pela vida e subestimação dos efeitos da Covid-19.
Além disto, com o respaldo do ministro da Economia, Paulo Guedes, um rentista vassalo do sistema financeiro, reitera a manutenção da política fiscal recessiva e busca dificultar o acesso dos trabalhadores e do povo em geral à renda mínima aprovada pelo Congresso Nacional para amparar os que perderam o emprego ou a fonte de renda, milhões deles na informalidade.
Lídice recordou que o governo queria conceder um auxílio de apenas R$ 200,00, absolutamente insuficiente para a sobrevivência, valor que os parlamentares ampliaram para R$ 600,00 per capita, uma conquista que teve participação fundamental da CTB e demais centrais sindicais.
“Todo esforço da oposição tem sido no sentido de preservar a vida, a saúde, assim como o emprego e a renda dos trabalhadores mais necessitados, desempregados, informais, assim como proteger as pequenos e médias empresas, que são as que mais empregam no Brasil”, enfatizou a parlamentar. O obstáculo maior é precisamente o presidente Jair Bolsonaro, com seu comportamento irresponsável diante da pandemia, que resultou na demissão do ministro Mandetta, acrescido de crescentes ameaças à democracia e crimes de responsabilidade para defender o Clã envolvido com a corrupção e a milícia carioca.