O dirigente ferroviário Raphael Martinelli, grande personagem da luta sindical e patriótica no Brasil, morreu domingo (16), aos 95 anos.
Na vida sindical a partir da década de 1950, ele chegou a presidir a Federação Nacional dos Ferroviários entre 1959 e 1961 e foi membro também do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT). Na entidade, dialogava com o presidente João Goulart.
“Sempre que o presidente (Jango) precisava de alguma coisa, ele me procurava. Isso causava até um certo ciúme no meu partido, o PCB”, contou Raphael Martinelli, durante a homenagem ao centenário do ex-presidente João Goulart, em setembro do ano passado, na Assembleia Legislativa de São Paulo.
Filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), pelo qual foi candidato a deputado federal em 1958, militava no então clandestino Partido Comunista Brasileiro (PCB).
O sindicalista foi sepultado no cemitério da Freguesia do Ó (foto), em São Paulo, no início da tarde desta segunda-feira (17).
Em 1964, ano do golpe militar, entrou na lista dos primeiros 100 políticos, sindicalistas e militares cassados pelo Ato Institucional 1 (AI-1). Em 1967, ele deixou o PCB para fundar, com Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, a Aliança Libertadora Nacional (ALN), grupo que combateu a ditadura por meio da luta armada. Foi preso e manteve-se sempre firme na luta em defesa da democracia.
Com o processo de redemocratização, Martinelli participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Em entrevista à Agência Sindical, em abril de 2016, Martinelli comenta a situação política brasileira, à época do impeachment de Dilma. Segundo líder sindical, setores conservadores e reacionários têm muita força no Congresso e no processo político do País.
Clique aqui e leia na íntegra.
Fonte: Agência Sindical