O Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos negociaram por quase 10 horas nesta terça-feira (26) sobre a proposta que neutraliza os efeitos da Medida Provisória (MP) 905/2019. O Comando garantiu a manutenção da jornada de segunda a sexta-feira, que não haverá aumento de jornada e que a PLR continuará sendo negociada com os sindicatos.
Como é hoje, o trabalho aos sábados somente será permitido se houver negociação com o movimento sindical. A discussão se prolongou durante todo o dia e houve várias pausas para que as partes discutissem entre si as propostas e contrapropostas que eram apresentadas.
“A negociação de hoje não foi fácil. O Comando cobrou respeito por parte da Fenaban e condenou a postura dos bancos em relação a MP 905. É preciso ter compromisso com o que assinamos, nós fizemos a nossa parte, é preciso que a Fenaban faça a parte dela” ressaltou o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Hermelino Neto.
Suspensão dos efeitos da MP
Ao final do dia, as negociações sobre o texto do aditivo avançaram bastante, garantindo a jornada, a negociação da PLR apenas pelos sindicatos, mas dado o avanço da hora as negociações continuarão nos próximos dias, restando alguns detalhes sobre a vigência. Até que o aditivo seja assinado, os efeitos da MP continuam suspensos.
Embora os bancários tenham garantido uma importante vitória, a mobilização contra a MP 905 continua no Congresso Nacional. “Vamos pressionar os parlamentares. Será necessário um trabalho de formiguinha, visitando todos os gabinetes, de cada deputado federal, independente do partido, e de todos os senadores”, declarou o presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos.
Ele destaca ainda os alertas dado pelas forças progressistas durante a campanha eleitoral do ano passado sobre o cenário de retrocesso para os trabalhadores com a eleição de Jair Bolsonaro. “Nós já alertávamos o que poderia acontecer no Brasil com a eleição de um governo conservador, que não tem qualquer ligação com os trabalhadores, ao contrário, que enxerga nos trabalhadores a responsabilidade pela crise. Crise essa que não causamos”.