Depois de empossar o socialista Sergio Choque como novo presidente da Câmara dos Deputados, os deputados e senadores presentes na Assembleia Nacional da Bolívia aprovaram uma determinação na que registraram o repúdio do Poder Legislativo ao golpe de Estado ocorrido no último domingo (10).
Na mesma ação, os congressistas afirmaram desconhecer a autoridade da senadora Jeanine Ánez como presidenta do país. Na terça-feira (12), ela se autoproclamou ao cargo, afirmando ser a quinta na linha de sucessão, após as seguidas renúncias de Evo Morales (presidente), Álvaro García Linera (vice-presidente), Adriana Salvatierra (presidenta do Senado) e Víctor Borda (presidente da Câmara). Vale lembrar que esses quatro foram ameaçados pelos comandantes militares do país, e forçados a renunciar.
Os congressistas que participaram da iniciativa são integrantes do MAS (Movimento ao Socialismo), o partido de Evo Morales. Eles também afirmaram que não aceitarão as renúncias de Evo e do vice-presidente Álvaro García Linera.
Em entrevista para o canal venezuelano TeleSur, o novo presidente da Câmara, Sergio Choque, afirmou que: “as figuram que se alçaram como autoridades após o golpe não têm legitimidade para organizar as eleições, nem para apaziguar o país”.
A declaração dos parlamentares não significa o fim do golpe de Estado na Bolívia, mas também mostra que os golpistas ainda não se consolidaram no poder. A situação política no país continua dentro de um impasse, que não parece que será resolvido em um curto prazo.