Apesar de não ter sequer sido candidato, o milionário Luis Fernando Camacho tomou de assalto o poder, determinando a perseguição ao presidente reeleito e aos seus partidários do Movimento Ao Socialismo (MAS), tendo como guia a “Justiça divina”. Extremamente prejudicado pela nacionalização dos hidrocarbonetos realizada pelo governo Evo, Camacho tem suas raízes na União Juvenil Cruzenhista, grupo que tremulou a bandeira com a suástica e, mais recentemente, fez a saudação nazista em contraposição à Whipala – bandeira multicolorida e quadriculada dos povos indígenas, desde 2009 símbolo de alegria, unidade e sonho dos bolivianos.
Convocados pela Federação de Juntas de Vizinhos (Fejuve), os moradores tomaram as ruas para cobrar que os golpistas abandonem a capital, sede do governo, a fim de que a democracia e a soberania sejam restabelecidas.
Neste sentido, a Fejuve passou a organizar “comitês de auto-defesa, bloqueios, mobilizações permanentes e contundentes em diferentes setores da sede de Governo” para derrotar os que querem impor o retrocesso à força. Estamos mobilizados, “como quartel general em defesa da democracia”, destacou a entidade comunitária, para impedir que “a oligarquia retorne”, a fim de continuar “manipulando e destruindo o país”.
De acordo com informações recebidas de moradores pela Hora do Povo, El Alto se transformou numa verdadeira praça de guerra, com a polícia e mercenários da direita disparando de forma indiscriminada para conter o protesto, multiplicando o número de vítimas. Além disso, grupos de marginais aproveitam-se do vazio de poder para realizar assaltos e crimes. A população tem que defender-se dos ataques de ambos os criminosos, e está construindo barricadas.
Evo denunciou pelo twiter que “a polícia amotinada reprime com bala para provocar mortos e feridos em El Alto. Minha solidariedade com essas vítimas inocentes, entre elas uma menina, e o heroico povo altenho, defensor da democracia”.
Por Leonardo Wexell Severo, na Hora do Povo