Os petroleiros devem iniciar neste sábado (26) uma greve por tempo indeterminado diante da intransigência da direção da Petrobras, subordinada a Bolsonaro, que não quer reajustar os salários e tampouco renovar a Convenção Coletiva da categoria, insistindo na retirada de direitos. Não há razão econômica para a conduta da empresa, que se explica exclusivamente pela ideologia extremista recheada de ódio de classes contra os assalariados e os sindicatos.
A Petrobras terminou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 9,08 bilhões, alta de 37% em relação ao ano passado e o maior para o período, em termos nominais, pelo menos desde 2011. Este excedente econômico bilionário, a rigor um fruto do trabalho realizado pelos petroleiros, poderia ser usado para contemplar as justas reivindicações da categoria. Mas os bolsonaristas que comandam a empresa não querem conversa, o que tornou o confronto inevitável.
Em vez de beneficiar quem produz a riqueza os lucros da estatal serão canalizados, prioritariamente, para o pagamento de dividendos aos acionistas, rentistas que nada produzem e sobrevivem como parasitas do trabalho alheio, colhendo os lucros dos investimentos em ações sem trabalhar ou manter qualquer ligação com a produção. As duas federações que representam os petroleiros, FUP (Federação Única dos Petroleiros) e FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) unificaram forças para a paralisação. “Diante da intransigência da Petrobras em negociar os pontos apresentados pela FUP para melhoria de acordo coletivo, encaminhados à empresa e ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) no dia 26/09, não resta outra alternativa aos petroleiros senão o exercício legítimo de greve”, esclarece a nota divulgada pela entidade.