“Estamos presenciando o maior desastre econômico e político da nossa história”, sublinhou o presidente da CTB, Adilson Araújo, ao abrir a reunião com uma análise da conjuntura nacional. Ele destacou que “o mundo está sendo perturbado por uma crise mundial do capitalismo, temos uma guerra comercial em curso e a perspectiva de redução nas taxas de crescimento do PIB e do comércio exterior”.
Cenário crítico
O Brasil amargou nos anos 2015 e 2016 a maior recessão de sua história e ainda está longe da recuperação. A orientação econômica adotada desde o golpe de 2016, fundada numa política fiscal restritiva e na redução de direitos sociais, agravou a crise. “Hoje temos um governo despreparado e desqualificado, que só nos dá notícia de novos cortes no orçamento público para saúde, educação, infraestrutura e outras áreas”.
A saída do movimento sindical, na opinião do presidente da CTB, “é ocupar as ruas. Temos um calendário de mobilização, com manifestações dias 5 e 6 nos aeroportos dos estados para pressionar os deputados contra as mudanças nas regras das aposentadorias. No dia 13 de agosto teremos greve nacional na educação, com a participação unitária de professores e estudantes, e dia de luta e paralisações de outras categorias. A Marcha das Margaridas aconterá nos dias 12 e 13. Será nas ruas que vamos conseguir mudar a correlação de forças e virar o jogo”, assinalou o sindicalista.
Pluralismo selvagem
Em relação ao debate sobre organização sindical, que deve ser objeto de projetos no Parlamento, o governo da extrema direita tem a intenção de impor o pluralismo sindical em sua versão mais selvagem, tendo como modelo (a exemplo da proposta de capitalização de Paulo Guedes) a estrutura chilena de sindicatos por empresas.
É possível fazer uma ideia da fragmentação e divisão das categorias ao se constatar, por exemplo, que somente em Santiago, capital do país, existem 400 sindicatos de comerciários, além de 40 federações.
Ao debater o tema, a maioria dos dirigentes nos estados considerou que a CTB deve reiterar a defesa da unicidade sindical, com alguns apontando a constituição dos sindicatos por ramo de atividade ao invés de categoria como um meio de fortalecer as entidades e ampliar a unidade da classe trabalhadora nas bases.
12 estados participaram da teleconferência, que deve ser realizada ordinariamente nas primeiras segundas de cada mês, a partir de setembro, por sugestão do presidente Adilson Araújo.
Umberto Martins