Uma das cenas mais repetidas na tevê brasileira e nas redes sociais é a daquele powerpoint ridículo e infantil contra o ex-presidente Lula apresentado pelo procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava-Jato e metido a pastor neopentecostal nas horas vagas.
Agora, com as novas mensagens vazadas pelo site The Intercept e analisadas pela Folha, daria para fazer um novo desenho com a cara do justiceiro-oportunista, que tem enriquecido graças aos inocentes e otários que acreditaram na seletiva e midiática Lava-Jato.
Será que a mídia falsamente moralista, que garantiu a fama de Deltan Dallagnol e do seu capataz, o juizeco Sergio Moro – que até ganhou de presente um carguinho no laranjal de Jair Bolsonaro – toparia dar ampla visibilidade a esse novo powerpoint? Ou vai escondê-lo, como sempre faz quando o tema não serve aos seus interesses políticos e mercenários?
Segundo a bombástica revelação deste domingo, publicada pela Folha, “Deltan montou um plano para lucrar com a fama da Lava-Jato”. Ainda de acordo com as mensagens vazadas, “o procurador discutiu criar empresa sem ser sócio e estratégia para arrecadar com palestras”.
Afirma o texto: “Em um chat sobre o tema criado no fim de 2018, Deltan e um colega da Lava Jato discutiram a constituição de uma empresa na qual eles não apareceriam formalmente como sócios para evitar questionamentos legais e críticas. A justificativa da iniciativa foi apresentada por Deltan em um diálogo com a mulher dele. ‘Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade’, escreveu”.
Em outras palavras, a quadrilha criminosa, composta por ele, outro compadre da Lava-Jato, Roberson Pozzobon, e suas devidas “conjes”, ficaria responsável por administrar as palestras e a grana. Deltan, o fundamentalista do powerpoint, não apareceria como sócio e teria como função garantir ampla visibilidade, produzindo escândalos e alimentando a ira dos inocentes e as manchetes da mídia venal.
Outros crimes ainda são apontados na matéria, como a utilização de servidores públicos para fins particulares e mesquinhos. “Os diálogos examinados pela Folha e pelo Intercept indicam que Deltan ocupou os serviços de duas funcionárias da Procuradoria em Curitiba para organizar sua atividade pessoal de palestrante no decorrer da Lava Jato”.
Diante dessa grave revelação, será que midiotas finalmente irão acordar? Agora não se trata de mais uma denúncia de abuso de autoridade da Lava-Jato, o que já seria grave em qualquer país civilizado do mundo – mas que não incomoda os falsos moralistas nativos. Agora é denúncia de corrupção, de formação de quadrilha, de muita grana. Deltan Dallagnol, que enganava os trouxas com seu discurso ético de “gente do bem”, chega a falar em 400 mil reais arrecadados somente no ano de 2018.
E o Conselho Nacional do Ministério Público? Vai tomar alguma atitude contra o “pastor do powerpoint” ou será cúmplice dessa e de outras sujeiras já reveladas? Já teve até áudio com as sandices de Deltan Dallagnol e não dá para acusar os hackers em vazamento de voz.
E a mídia falsamente moralista, que garantiu a fama do procurador infantil Deltan Dallagnol e do “marreco de Maringá” Sergio Moro? Vai confessar seu crime contra o jornalismo? Cadê a escandalosa TV Globo e seus “calunistas” de plantão?
A máscara da Lava-Jato está caindo. Ele serviu a interesses políticos e econômicos cada dia mais nítidos – devastando a economia do Brasil para alegria dos EUA e resultando no golpe do impeachment contra Dilma, na prisão política de Lula e na chegada ao poder de um miliciano fascista e laranja.
Mas, além disso, agora cresce a suspeita de que a midiática operação também serviu para garantir um carguinho no laranjal para Sergio Moro e uma graninha extra para o seu servil capacho, Deltan Dallagnol!
* Jornalista e presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
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