Conforme observou o jornalista Fernando Brito no Blog Tijolaço, a rejeição de Jair Bolsonaro avança muito mais rapidamente que o desgaste que se registra no “núcleo duro” de seus apoiadores. As manifestações do dia 15 de Maio, que mobilizaram cerca de 1,5 milhão de brasileiros e brasileiras em defesa da Educação e contra a reforma da Previdência, contribuíram substancialmente para isto.
É o que sugere os resultados da última pesquisas XP, divulgada nesta sexta-feira (24). As classificações de “ruim” e “péssimo” do atual presidente passaram de 31% para 36%, enquanto o remanescente de “ótimo + bom” caiu apenas 1 ponto, de 35% para 34%, variação estatisticamente insignificante.
O levantamento foi feito dias 20 e 21 de maio, já captando as repercussões do dia 15, com mil entrevistas telefônicas. A série de pesquisas realizadas pela empresa indica um salto de 19 pontos percentuais nas avaliações negativas e uma redução de 6 p.p nas positivas. O que cai tão fortemente quanto sobe a rejeição é a “neutralidade”: os mesmos cinco pontos de diferença em 15 dias, só que para baixo, na classificação “regular”, agora em 26%.
A polarização é a tendência crescente e, nela, sobra pouco espaço para uma terceira posição. Bolsonaro segue tendo os “seus”. Mas, cada vez mais nitidamente, só os seus, agora divididos em relação às manifestações convocadas para o próximo domingo (26).