Greve contra reforma da Previdência continua em São Paulo

Em assembleia realizada no centro da capital paulista na tarde desta terça-feira (26), os servidores municipais decidiram prosseguir com a greve iniciada em 4 de fevereiro contra a reforma da Previdência do governo Bruno Covas, que entre outras coisas elevou de 11% para 14% a alíquota de contribuição dos trabalhadores e trabalhadoras, o que é considerado um verdadeiro “confisco salarial” e criou o Sampaprev, um fundo complementar privado de Previdência que será gerido pela iniciativa privada. Os grevistas pleiteiam também um reajuste de 10% a título de recomposição das perdas salariais.

Apesar do vento forte, “quase um vendaval”, e da chuva que caiu sobre São Paulo, dezenas de milhares de pessoas estiveram presentes à reunião, de acordo com a professora Claudete Alves, presidente do Sedim (Sindicato dos Educadores da Infância). “Esta é uma das greves mais dura que enfrentamos na história da categoria”, avaliou.

Impasse

Depois da passeata que mobilizou cerca de 100 mil servidores no centro de São Paulo, o prefeito tucano abrandou a intransigência e decidiu receber os representantes dos funcionários, com quem já manteve dois encontros. Mas a contraproposta que apresentou aos grevistas, considerada inaceitável pela presidenta do Sedim e outros sindicalistas, foi rejeitada pela assembleia, que decidiram prosseguir com o movimento.

A paralisação completou 22 dias nesta terça-feira. O prefeito se opôs ao reajuste reivindicado pelos servidores e acenou com um plano de metas, disse que não revoga o Sampaprev nem a nova alíquota da contribuição (14%) para a Previdência Municipal. Afirmou também que vai descontar os dias parados a menos que os sindicalistas defendam e aprovem em assembleia a contraproposta, o que foi percebido como chantagem.

A greve contra a reforma da Previdência envolve a grande maioria do funcionalismo e tem o apoio de todas as centrais sindicais, mesmo porque tem tudo a ver com a luta nacional da classe trabalhadora em defesa das aposentadorias e da Previdência Pública. O tucano Bruno Covas parece apostar no esvaziamento do movimento pelo cansaço e até pelo clima de carnaval, que já tomou conta da capital. O impasse ainda está longe de um desfecho.

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