O ano letivo começou e vários rostos novos chegaram às salas de aulas. Não só de alunos mas também de jovens professores e professoras da capital e dos mais diversos municípios.
A verdade é que cada vez mais jovens tiveram acesso ao ensino superior devido às medidas de expansão e acesso da última década, tais como Reuni, Prouni e Fies.
É também verdade que os jovens universitários das licenciaturas deram maior atenção aos concursos públicos nesse período de retrocessos e ameaças de privatização, de maneira que temos nas escolas do município e do estado uma significativa geração de professores que quer ficar, mas que está diante da dúvida com a remuneração, as condições de trabalho, o assédio e tantas outras questões com as quais precisa lidar no exercício da profissão.
Durante o curso de graduação somos questionados o tempo todo pelos familiares e amigos: “tem certeza que quer ser professor@?”. Já na escola sempre alguém chega pra nos desencorajar a prosseguir com a carreira: “cuida! ainda dá tempo de fazer outro curso. Você é muito jovem”, dizem.
Precisamos manter esses profissionais não só como uma profissão de fé abnegada e a qualquer custo, mas principalmente com disposição de combater os descasos com a Educação e a categoria.
Nós somos uma parcela de jovens servidores públicos, ainda temos alguma chance de assegurar trabalho digno e, além disso, lutar com os demais jovens trabalhadores para barrar a agenda imposta pelos governos, especialmente federal – que leva nossa juventude cada vez mais para o trabalho precário, com a única condição de aceitar ficar sem férias,13° salário e FGTS.
Nesse sentido, nossa responsabilidade é ainda maior. Não cabe acomodação ou seremos cúmplices do desmantelamento do futuro de milhares de pessoas.
Vamos defender a Educação com o vigor que é peculiar da Juventude, nos dedicar profissionalmente e nos unir aos jovens que trabalham e que precisam de mais emprego!
Beatriz Calheiro – Diretora de Juventude Trabalhadora do SINTEAM