O publicitário Floriano Amorim, futuro chefe da Secom (Secretaria de Comunicação) do governo de Jair Bolsonaro, mantém um perfil no Twitter com discursos de ódio contra a mídia e jornalistas e opiniões bem similares às do chefe, seus filhos e correligionários.
Amorim, que hoje é assessor do gabinete do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), tem o hábito de replicar postagens da família. Ele costuma tratar a Folha, por exemplo, como “Foice”, símbolo do comunismo.
Ao republicar post sobre uma pesquisa do instituto Datafolha, o futuro secretário comentou: “Mais ridículo ainda é perceber que ainda tem gente que dá crédito a uma pesquisa encomendada pela Globo e Folha de SP! Isso já está ficando bizarro e feio pra essa esquerdalha”.
“Com essa ação, aqueles que sempre se deram bem nas contas de governo irão ter que mostrar serviço no mercado privado. Em consequência, irão aquecer o mercado. 17!”, disse, citando o número do PSL, sigla de Bolsonaro.
Amorim terá como atribuição cuidar dos contratos de publicidade oficial do governo. Sua indicação para a Secom não foi oficializada por Bolsonaro, mas nesta semana o futuro ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno, afirmou que ele é o escolhido.
Sobre um jornalista do UOL, Amorim endossou post de Carlos Bolsonaro (PSC) e comentou: “Essa escória com alcunha de jornalista é um peso morto pro país”.
Ele também comparou o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ao cachorro do ex-presidente americano George Bush, que ficou ao lado do caixão do dono no funeral: “Nem Haddad agiu assim com seu mentor”, em alusão a Lula.
Amorim foi informado por email e mensagem sobre o teor desta reportagem, produzida pela Folha, mas não respondeu sobre os posts.
Na noite desta quarta (12), no entanto, o seu perfil no Twitter foi alterado e passou a ser fechado. Com os tuítes protegidos, novos seguidores terão que ser autorizados pelo dono.
O nome da página também mudou para “Brasil” e a foto de Amorim foi substituída por uma imagem da bandeira nacional.
Fonte: Portal Fórum