Não são poucos os retrocessos impostos pela reforma trabalhista que entrou em vigor em novembro de 2017. Desemprego, Desalento e Desesperança são os três ‘Ds’ que voltaram a compor o repertório do brasileiro, em especial o das mulheres. E se esse recorte for de cor, os dados são ainda piores.
O levantamento feito pela Consultoria LCA, a partir dos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, ao analisar o brutal cenário de desemprego no segundo trimestre de 2018, mostram que o perfil da maioria dos 4,8 milhões de brasileiros que desistiram de procurar emprego é: mulher, com idade entre 25 e 49 anos e nordestina. Elas representam 54% dos desalentados.
Quando o recorte é por região, o levantamento indica que a maioria das mulheres desalentadas se concentra na Região Nordeste, 2,91 milhões em junho. Ou seja, 60% dos brasileiros que estavam no desalento moram na região.
Dados do Dieese sobre o cenário neste segundo trimestre, alertam que, em um cenário de crise, impactado fortemente por reformas regressivas e desmonte do Estado, são as mulheres as mais atingidas pelo desemprego estrutural. E nessa escala de ataques, a mulher negra é a que mais sofre.
Joanne Mota é jornalista e assessora da CTB Nacional.
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