Mais de 10 mil trabalhadoras e trabalhadores estiveram a avenida Paulista, na manhã desta sexta-feira (10) – Dia do Basta – para mostrar a sua indignação com a situação do país, pós golpe de Estado.
Em todo o Brasil, o Dia do Basta mobilizou diversas categorias, como metalúrgicos, professores, trabalhadores dos Correios, bancários, petroleiros, servidores públicos, químicos, rodoviários e comerciários.
Haviam representantes de sete centrais sindicais e de diversos movimentos sociais, em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a entidade que exibiu um pato amarelo em favor do impeachment da presidenta Dilma.
“Eles falaram que teríamos empregos e salários melhores. Prometeram acabar com a crise que chegou ao Brasil, mas o remédio deles é extremamente amargo para a classe trabalhadora e salva apenas o pescoço dos ricos e nós é que estamos pagando o pato”, diz Wagner Gomes, secretário-geral da CTB.
As falas de sindicalistas e representantes de movimentos sociais foram se sucedendo no caminhão de som, com a palavra de ordem “Lula Livre” dominando a cena. “O golpe de 2016 só fez a crise piorar. Michel Temer e sua turma estão entregando as nossas riquezas e exterminando as conquistas da classe trabalhadora e do povo”, afirma Ronaldo Leite, secretário de Formação e Cultura da CTB.
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Por volta das 11h15, começaram os discursos dos presidentes das centrais. Adilson Araújo, presidente licenciado da CTB, enaltece a unidade das centrais sindicais. Ele defende a unidade do campo democrático e popular no segundo turno das eleições para dar um basta definitivo ao neoliberalismo implantado por Temer.
De acordo com Araújo, “75% da população já reconhece que a vida piorou com o golpe”, além disso, “o desemprego e o trabalho informal crescem assustadoramente. As famílias não podem mais comprar um botijão de gás”.
Ele denuncia também “a degradação humana” causada pelos efeitos nefastos “da reforma trabalhista e da política de austeridade de Michel Temer”. Sheyla Melo, secretária-geral do Sindicato dos Educadores da Infância de São Paulo, lembra que os retrocessos são muitos, como “a reforma do ensino médio e a Emenda Constitucional 95 que afetam negativamente a educação pública e o SUS”.
Após todos presidentes de centrais discursarem, teve início uma marcha até a sede da Petrobras, também na avenida Paulista. Divanilton Pereira, presidente em exercício da CTB, encerra o ato em defesa da Petrobras, “a maior empresa brasileira, sucateada para ser entregue a empresas estrangeiras a preço de banana”.
Para ele, “a Petrobras é o Brasil, é desenvolvimento. A Petrobras é fundamental para o país retomar o crescimento com distribuição de renda e com maiores investimentos nas áreas sociais, especialmente da saúde e educação”, conclui.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB