A mídia burguesa ignorou por completo, mas o Festival Lula Livre, neste sábado (28), levou aos Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, mais de 80 mil pessoas para gritar a plenos pulmões por Lula Livre e pela restauração da ordem democrática através de eleições limpas em outubro.
Foram mais de 40 artistas a emocionar o público presente ou que assistia pela transmissão, um tanto quanto precária, da TVT ou online, com as apresentações de grupos, cantoras e cantores, da Venezuela, Argentina e Cuba, além de brasileiros de todos os estilos, idades e regiões, num espetáculo estrelar e único.
Assista ao Festival Lula Livre completo
As apresentações musicais eram intercaladas com a leitura de textos sobre a biografia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde 7 de abril pela “inquisição” da Lava Jato, liderada pelo juiz de primeira instância Sergio Moro, biografia da vereadora Marielle Franco assassinada em 14 de abril, sendo que a polícia ainda não conseguiu determinar quem matou e, menos ainda, quem mandou matar Marielle, além de diversos textos lidos com emoção por atrizes a atores em defesa da liberdade.
Marcante foi ver o veterano ator Herson Capri visivelmente emocionado ao ler uma carta escrita por Lula em agradecimento ao evento. “A gente ainda vai festejar, e muito. A alegria, a liberdade e a justiça de um povo que não tem medo e que não se entrega não”, escreveu Lula, levando a plateia ao delírio.
As apresentações foram se sucedendo com funk, rap, MPB, samba, rock, tudo bem ao estilo brasileiro amplamente diversificado. A apoteose foi com as apresentações de Chico Buarque e Gilberto Gil, que cantaram algumas canções juntos, dentre elas Cálice, de autoria deles, 45 anos depois de terem sido censurados pela ditadura (1964-1985).
O cantor e compositor argentino, Bruno Arias cantou: “De pé, cante/que vamos ter sucesso/Avance agora/sinalizadores da unidade”, da canção O povo unido jamais será vencido, de Quilapayún e Sergio El Checo Ortega.
Quase no final, Jards Macalé cantou Juízo final, de Nelson Cavaquinho. Essa música ilustra também o espírito de resistência necessária para se derrotar o golpe de Estado de 2016. Os últimos versos dizem: “Quero ter olhos pra ver/A maldade desaparecer”.
No final, Gilberto Gil chamou a cantora Beth Carvalho e juntamente com Chico Buarque começaram a cantar Deixa a vida me levar, de Eri Do Cais e Serginho Meriti. Todos os artistas subiram ao palco e o espetáculo se encerrou com as estrelas brilhando nos Arcos da Lapa, tanto no céu quanto na terra. Esse espetáculo mostra que a unidade das forças populares e progressistas é possível.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB. Foto: Ricardo Stuckert