O mundo assiste com indignação a situação política do Brasil. O país vive em um Estado de exceção, com a retirada de direitos individuais e coletivos desde o golpe de 2016, que tirou Dilma Rousseff, eleita democraticamente, da presidência da República. Uma agressão total à ordem constitucional.
Esse foi o primeiro golpe que a democracia e a classe trabalhadora sofreram. Depois veio retirada de direitos com a terceirização e lei trabalhista. O golpe não para por aí. Ainda tem o desmonte das estatais e as privatizações que comprometem a soberania nacional. Para completar, o presidente golpista, Michel Temer, liberou bilhões do dinheiro do povo para comprar os deputados para aprovar a agenda neoliberal, inclusive a reforma da Previdência, e ainda fugir das denúncias de corrupção, mesmo com gravações.
No caso da Previdência, a mobilização fez o Congresso Nacional recuar, valendo ressaltar que a unidade na luta tem força. Esse não é o principal ponto. Agora, na segunda parte do golpe, as forças conservadoras prendem sem provas o ex-presidente Lula que fez muito pelo povo mais humilde.
Dando início a mudanças estruturais na sociedade, criou projetos com um olhar voltado para o ser e não para o ter. Víamos um horizonte mais claro, mas, isso incomodou as elites brasileiras que tramaram e receberam todo apoio dos Estados Unidos, que não querem ver os povos se libertarem de suas mãos malditas.
O capital precisa de gente oprimida. Opressores como banqueiros e industriários precisam de trabalhadores de cabeça baixa. A prisão de Lula, preso político, é só um aviso. Mas, o povo pode vencer o ódio. Pode vencer a homofobia, o racismo, o feminicídio e toda forma de opressão. Para isso, precisa perceber o que realmente está em jogo e com unidade tomar as ruas do país para defender a Constituição Federal, a democracia e os direitos individuais.
Não ao Estado de exceção!
*Graça Gomes é diretora do Sindicato dos Bancários da Bahia.