O presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou bombardear a Síria nesta quarta-feira (11) a pretexto de retaliar o governo do país pelo suposto uso de armas químicas na guerra civil. Tal alegação foi rechaçada e desmentida pelos presidentes da Síria, Bashar al-Assad, e da Rússia, Vladimir Putin.
O fato é que, até o momento, não há qualquer comprovação nem do uso dessas armas nem de quem as teria usado. O ato unilateral anunciado por Trump, à margem da ONU e do Direito Internacional, será, se consumado, uma agressão imperialista que deve ser condenada pelas forças e personalidades democráticas, pois ofende o direito à autodeterminação dos povos e nações e configura mais uma séria ameaça à paz internacional.
É preciso não esquecer que falsas suposições e mentiras são artifícios recorrentes da diplomacia imperialista dos EUA para justificar as agressões contra povos e nações feitas, a bem da verdade, para preservar o domínio mundial e os poderosos interesses econômicos de suas transnacionais.
A guerra contra o Iraque, em 2003, acrescida de duras sanções que desde então provocaram a morte de 1 milhão de iraquianos, incluindo um grande número de crianças, foi precedida por duas notórias mentiras dos governos Bush e Blair: a de que Sadamm Hussein, já então completamente desarmado, tinha um arsenal de armas de destruição em massa e ligações com o grupo terrorista Al-Quaeda.
Reproduzidas de forma acrítica pela mídia burguesa tais mentiras só foram descobertas mais tarde, depois do crime consumado, com a sociedade americana ludibriada.
Ao mesmo tempo que condena a conduta desatinada do governo Trump, a CTB manifesta sua solidariedade ao povo e ao governo da Síria, que, com o apoio da Rússia e do Irã, luta heroicamente contra grupos terroristas respaldados pela Arábia Saudita e Israel e as recorrentes agressões de forças imperialistas comandadas pelos EUA.
São Paulo, 11 de abril de 2018
Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)