O ex-presidente peruano Alberto Fujimori foi condenado nesta segunda-feira a sete anos e seis meses de prisão pelo pagamento de 15 milhões de dólares a seu assessor principal, Vladimiro Montesinos, para supostamente evitar um golpe de Estado contra ele.
Ademais, foi sentenciado a dois anos e dez meses de inabilitação para exercer um cargo público e a pagar uma quantidade de 3 milhões de soles (aproximadamente um milhão de dólares) em entendido de reparações para o Estado peruano.
Esta é a terceira sentença contra o ex-mandatário de 70 anos que governou o Peru entre 1990 e 2000, depois de receber uma sentença de 25 anos de prisão por ser o autor do massacre de Barrios Altos (1991) e La Cantuta (1992), assim como o sequestro do jornalista Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer depois do "auto-golpe" de Estado de 1992.
Em dezembro de 2007, após ser extraditado do Chile, recebeu uma primeira condenação a seis anos de prisão, já ratificada em última instância, por haver ordenado a invasão ilegal da vivenda de Trinidad Becerra, esposa de Montesinos.
Fujimori declarou nada mais conhecer a sentença que interporá um recurso de nulidade para este processo, que durou somente oito dias ao amparar-se o acusado na modalidade de juízo rápido depois de reconhecer os feitos julgados.
A pena de prisão para o ex-governante é quase tão alta quanto a máxima para este tipo de delito: 8 anos, que é o que havia pedido a Fiscalía.
Antes da leitura da sentença, o juiz do Tribunal Especial que julga Fujimori, César San Martín, sublinhou que "não é uma sentença política, mas sim jurídica (pois) a sentença deriva dos feitos julgados e não há espaço para interesses distintos que não sejam os que venham do império da lei".