Pelo menos uma pessoa morreu no último domingo (5) por ocasião dos conflitos entre manifestantes e militares em Honduras. Isis Obed Murillo Mencías, de 19 anos, morreu vítima dos disparos realizados por militares, quando estes tentavam impedir que manifestantes chegassem ao aeroporto internacional de Tegucigalpa.
No domingo, milhares de pessoas foram ao aeroporto conferir a chegada de Manuel Zelaya e promover manifestações de apoio ao presidente legítimo do país. Impedido pelas Forças Militares de aterrissar em Honduras, o avião de Zelaya seguiu para Nicarágua. Enquanto isso, as mobilizações da sociedade civil eram fortemente repreendidas pelos militares, o que resultou na morte de um jovem e em vários feridos.
Isis Mencías, de 19 anos, morreu vítima de um disparo na cabeça. O jovem, junto com sua família, era beneficiário dos programas de formação de procuradores ambientais e direitos humanos de Santa Cruz de Guayape, no departamento de Olancho.
Além de Mencías, mais dez pessoas deram entrada no Hospital Escola com ferimentos causados pelo conflito entre civis e militares. De acordo com informações do Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras (Cofadeh), o incidente ocorreu quando os militares dispararam contra os manifestantes que supostamente pretendiam entrar na pista do aeroporto.
O conflito gerou repercussão entre diversos organismos e movimentos sociais do mundo, que rechaçaram os atos de violência e pediram o retorno da democracia no país. Ontem (6), a Anistia Internacional divulgou um comunicado em que "reitera seu chamado às autoridades hondurenhas para que a força pública seja utilizada com moderação e proporcionalidade e para que as armas de fogo sejam utilizadas somente como último recurso e quando seja inevitável para resguardar a vida humana".
O Programa de Seguridade Juvenil na América Central (PSJ) também divulgou um posicionamento público contra o golpe de Estado em Honduras. Na ocasião, abomina os atos violentos do último domingo, que resultou na morte de Mencías e em dezenas de pessoas feridas.
Ademais, o PSJ apoia o repúdio dos organismos internacionais e dos governos contra o golpe. "As resoluções de respaldo ao governo de Manuel Zelaya, emanadas no seio da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e do Sistema de Integração da América Central (Sica), o congelamento de créditos por parte do Banco Mundial (BM) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) evidenciam a tendência predominante no acordo internacional a favor do respeito às normas que regem os países que aspiram à Democracia", afirma.
Portal cTB com Agência Adital