A Missão pela Democracia e os Direitos Humanos Guatemala-Honduras divulgou hoje (7), em entrevista coletiva, um comunicado em que denuncia a morte de três manifestantes contrários ao presidente provisório de Honduras, Roberto Micheletti. As informações tiveram por base as mais de 200 entrevistas realizadas pela missão, que divulgou os dados na manhã de hoje, em Tegucigalpa, capital do país.
Além de vários manifestantes feridos, um jornalista, um "menor de idade" e outro manifestante teriam sido assassinados pelas Forças Armadas do país. Segundo a nota, o jornalista Gabriel Pino Noriega foi executado pelas Forças Armadas na tarde do último sábado (3), durante uma manifestação que reuniu cerca de 100 mil pessoas nas ruas de Tegucigalpa. Neste dia, estava prevista a chegada do presidente legítimo do país, Manuel Zelaya, cuja aeronave foi impedia de pousar.
Os outros dois manifestantes assassinados não tiveram sua identidade revelada pela nota. O grupo afirma ter visto a "execução extrajudicial" de um manifestante "menor de idade". A missão ainda diz ter recebido informações sobre a execução de outro manifestante, também realizada pelas forças armadas do país.
A nota diz que, "segundo repórteres", há vários feridos, "já que as forças de segurança continuaram disparando e perseguindo os manifestantes por várias ruas próximas ao aeroporto". Segundo a nota, várias crianças se viram separadas de seus pais durante a repressão militar.
O comunicado ainda acusa o governo provisório de desrespeito aos meios de comunicação. "Se impediu a informação dos fatos repressivos no aeroporto, já que o sinal de rádio, televisão e cabo foi interrompido para transmitir uma entrevista coletiva do governo de fato", afirmam os manifestantes.
A missão pede, no documento, que os organismos internacionais "cumpram com seu mandato de proteger a população civil desarmada e não beligerante que está lutando pelo retorno à institucionalidade".
A Missão pela Democracia e os Direitos Humanos Guatemala-Honduras foi composta pela Delegação de Organização de Direitos Humanos, encabeçada pela ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Rigoberta Menchú Tum. O objetivo da missão é verificar a gravidade dos fatos suscitados pelo golpe de estado em Honduras. A delegação chegou ao país na última sexta (3) e, desde então, recorre diretamente a testemunhos populares e observação direta dos acontecimentos derivados do golpe de estado.
Além de Rigoberta Menchú, a missão é composta pela Fundação Rigoberta Menchú, Associação de Advogados e Notários Mayas, Convergência pelos Direitos Humanos (Centro para a Ação Legal nos Direitos Humanos -CALDH, Centro Internacional para Investigações em Direitos Humanos -CIIDH, Fundação Sobreviventes, Instituto de Estudos Comparados em Ciências Penais de Guatemala -ICCPG -, Escritório de Direitos Humanos do Arcebispado – ODHAG -, Seguridade em Democracia – SEDEM -, Unidade de Proteção a Defensoras e Defensores de Direitos Humanos na Guatemala – UDEFE).
Portal CTB com Agência Adital