Os porto-alegrenses foram surpreendidos pelo encerramento da exposição “Queermuseu – Cartografia da Diferença na Arte Brasileira” neste domingo (10). A mostra que conta com a participação de 85 artistas, entre eles Lygia Clark, Alfredo Volpi e Candido Portinari, iria até o dia 8 de outubro.
De acordo com Silvana Conti, vice-presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio Grande do Sul (CTB-RS), a mostra continha 273 obras com o objetivo de refletir sobre as relações de gênero e as sexualidades.
Bastou isso para provocar a fúria do fascista Movimento Brasil Livre (MBL). Para eles, a exposição apresentava conteúdo impróprio e fazia apologia à pedofilia e à zoofilia. “Um total absurdo”, diz Conti.
Reagindo, inúmeras entidades da sociedade civil gaúcha marcaram para esta terça-feira (12), o Ato pela Liberdade de Expressão Artística e Contra a LGBTTFobia, com concentração às 15h30, à rua Sete de Setembro, 7, no centro histórico de Porto Alegre.
“Diante dos ataques sofridos pela exposição #QueerMuseu sediada no Museu Santander Cultural convocamos um ato público em defesa da liberdade de expressão artística, das liberdades democráticas e contra os retrocessos políticos que limitam o exercício de cidadania da população LGBTT”, escrevem os organizadores do protesto na página do Facebook onde se pode confirmar a presença (aqui).
As entidades reclamam da atitude do Santander Cultural que “agride a liberdade de expressão, a arte e os direitos humanos”, afirma Conti. “Essa atitude colabora para a cultura da violência, do ódio e da discriminação”, acentua.
De acordo com a sindicalista e ativista, o protesto reunirá diversas entidades do movimento social, ligados às questões de gênero e direitos humanos, assim como as centrais sindicais que entregarão um documento de protesto à atitude do Santander Cultural de “ceder aos ataques insanos” feitos pelo MBL à exposição.
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy