Honduras: ministro da defesa e chefe das forças armadas são destituídos

Maior Conjunto das Forças Armadas, general Romeo Vásquez, que se negaram a apoiar o referendo que o governo promoverá no domingo.

O anúncio da demissão foi feito pelo próprio Zelaya, que leu uma mensagem transmitida pela rádio e pela televisão do país. O mandatário explicou que a decisão foi tomada após uma reunião de várias horas realizada ontem com membros do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas.

O governante disse que Orellana se antecipou à destituição e pediu a renúncia, que foi aceita. Já o afastamento de Vásquez fez com que a maioria dos comandantes das Forças Armadas renunciasse em solidariedade ao militar.

A decisão do presidente Zelaya recebeu o apoio de líderes sindicais, camponeses e de outras associações sociais, que também defendem a consulta popular. O mandatário se reuniu ontem com esses representantes da sociedade.

"Os que realmente amam Honduras não podem permitir que a democracia hondurenha continue sendo de poucos. Devemos lutar incansavelmente, sem trégua, para conseguir a transformação que permita uma democracia superior", comentou Zelaya.

A consulta popular de domingo será sobre a realização de um referendo em novembro para convocar uma Assembleia Constituinte no país. Zelaya diz que pretende instaurar "uma democracia participativa", que substitua o modelo representativo atual.

Por sua vez, políticos de oposição, setores empresariais e líderes cristãos se opõem à realização do referendo, que consideram ser uma estratégia do presidente para permanecer no poder após o dia 27 de janeiro de 2010, quando termina seu mandato.

Nos últimos dias, têm ganhado força rumores de que as Forças Armadas de Honduras estariam tramando um golpe de Estado contra Zelaya. Os boatos fizeram com que o mandatário pedisse que a Organização dos Estados Americanos intervenha para evitar que isso aconteça.

Ontem, o Congresso Nacional de Honduras aprovou uma lei que desautoriza a realização da consulta de domingo. De acordo com a norma aprovada, um referendo só pode ser realizado 180 dias antes ou depois das eleições gerais, que está marcada para o dia 29 de novembro.

Além disso, a nova lei estabelece que consultas populares só poderão ser realizadas com a assinatura de 270 mil pessoas e o aval do Congresso, critério que também torna nulo o resultado das votações de domingo.

(ANSA)

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