Nesta terça-feira (14/02), às 17h, artistas dos mais diferentes estilos musicais sobem ao palco da Concha Acústica da UERJ, no campus Maracanã, para um show coletivo em defesa da Universidade. A atividade é uma proposta do Departamento de Cultura da Universidade e contou com a ajuda dos movimentos que estão na luta em defesa da UERJ (Movimento UERJ pra além da crise, Asduerj, DCE e Sintuperj). A atividade, Viva UERJ, reunirá diversos movimentos sociais, parlamentares que se colocam na luta pela UERJ e toda a comunidade que cerca a maior universidade estadual do Rio de Janeiro.
Natália Trindade, Diretora de Universidades Públicas da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ) declarou apoio à atividade e afirmou que o que acontece no Rio de Janeiro é um grande laboratório para o projeto nacional do governo golpista:
“A UEE-RJ entende que existe um projeto colocado principalmente depois do golpe, com a ascensão do Temer, de desmontar a Universidade Pública e que tudo que acontece no Rio de Janeiro está sendo um laboratório para se fazer no Brasil. Essa ideia do governo do Estado de ignorar a Universidade, de não colocar um orçamento de manutenção par que ela mantenha as portas abertas, de sugerir que outro organismo seja responsável pelo financiamento da Universidade colocando a iniciativa privada à frente como se a Universidade Pública fosse um gasto, faz parte de um projeto que vem sendo colocado em prática pelo Governo do Estado com o apoio do Governo Federal.”
Trindade também fez críticas aos projetos que tentam colocar em xeque o caráter público e gratuito das universidades e lembrou que não se pode tratar o ensino superior público como sendo um gasto, mas sim como um investimento devido à sua importância para o desenvolvimento da nação:
“Para a UEE-RJ, a luta pela manutenção da UERJ é fundamental. Se a UERJ cair, será um dominó enfileirado e isso acontecerá também com as Universidades Federais. Já se discute relativizar o caráter público e gratuito nas Universidades com argumentos de que quem tem dinheiro deveria pagar para estudar na Universidade Pública. Esse debate não é feito à toa, eles querem falar que a universidade é cara, como já disse várias vezes o Presidente da ALERJ, Jorge Picciani. A UEE-RJ está à frente dessa luta de resistência para que a UERJ se mantenha e para que os governos federal e estadual entendam que a Universidade perpassa pelo projeto de desenvolvimento. Ela não é um gasto, é um investimento em profissionais qualificados, de uma ciência própria que a Universidade constrói e que vai devolver isso para a sociedade e para o mercado de trabalho. O governo precisa entender que a Universidade é importante porque o desenvolvimento do Estado e do País depende de conhecimentos específicos que são construídos dentro da Universidade. Quando a gente tá em defesa da UERJ está defendendo, na verdade, todas as Universidades Públicas do País.”
O Viva UERJ será, portanto, mais uma atividade de resistência aos ataques do Governo do Estado contra a Universidade Pública e contará com a presença de artistas como Leoni, Grupo Pé de Louro, Isabella Taviani, Teresa Cristina, Myllena, Paulão 7 Cordas e Ramon Araújo, Felipe Filósofo, Lucio Sanfilippo, André Grabois, André Jamaica, Clarice Magalhães, Dorina Barros, Eduardo Galloti, Elisa Addor, Ernesto Pires, Julieta Brandão, Marina Iris, Moysés Marques, Pedro Holanda, Pedro Miranda, Renata Jambeiro, Sidney Matos, Xandy Carvalho, Rita Benneditto, Katia Iunes, Luzia de Mendonça, Jesuton, Thaís Gulin, Coletivo Porangareté, APAFunk, além de MC Junior e Leonardo.
Durante a apresentação, serão recolhidos materiais de uso hospitalar para que sejam doados às unidades do HUPE, Policlínica Piquet Carneiro e Posto de Enfermagem em Vila Dois Rios, Ilha Grande, que se encontram em dificuldades de funcionamento. Entre os itens mais necessários estão esparadrapo, atadura, luva de procedimento, gaze e soro fisiológico. Um ponto de coleta dos respectivos produtos será colocado próximo à Concha Acústica.
Da CTB-RJ