Chega ao fim a disputa pela presidência dos Estados Unidos da América. Nesta terça-feira (8), a candidata pelo Partido Democrata, Hillary Clinton, ou republicano, Donald Trump, irá suceder Barack Obama. As últimas pesquisas, realizadas no país, apontam que a democrata está com uma pequena vantagem, em média, de três pontos à frente do empresário.
A estudante de enfermagem brasileira, Bábara Larissa Santos, que mora em Nova York há oito anos, conversou com o Portal CTB sobre o tema. Ela acredita que a população está dividida. “Por um lado, muitas pessoas dizem que vão votar na Hilary, porque ela está mais preparada, tem mais experiência política, mas sabendo que vai manter a política neoliberal; e por outro lado tem Trump, com o histórico que ele tem”, expressou.
O republicano é dono de um império no país, boa parte herdado do pai. Acusado de assediar sexualmente pelo menos 11 mulheres, propôs construir um muro na divisa do país com o México para impedir a entrada de estrangeiros. Ele ameaçou rejeitar o resultado da eleição caso perca.
“Trump seria um completo desastre: racista, contra os trabalhadores imigrantes e com políticas anti-sindicais, apoia a extrema-direita e é fascista”, expressou o representante permanente da Federação Sindical Mundial (FSM) na ONU, Frank Goldsmith.
O secretário de Relações Internacionais da CTB, Divanilton Pereira, concorda com Goldsmith. “Como surge um elemento com estas propostas anticivilizacionais , propagando a xenofobia, misoginia, discriminação e se torna candidato à presidência do país”, questionou.
Na avaliação de Goldsmith, se Hillary vencer, ela apoiará políticas contra os governos progressistas e de esquerda na América do Sul e América Central. “Trump é um personagem da televisão e Clinton um produto do Partido Democrata”, disse.
Eleição indireta
Diferente do Brasil, nos Estados Unidos os votos dos eleitores de cada estado servem para eleger os delegados no Colégio Eleitoral, que é composto por 538 pessoas, são estes que representarão os eleitores de sua unidade federativa na escolha final do presidente. Para vencer, o candidato precisa ter o apoio de 270 votos (metade mais um).
De acordo com Pereira, este sistema eleitoral é uma verdadeira “farsa da democracia”. “Os norte-americanos, que se dizem tão democráticos, realizam a votação de maneira indireta. Isto é uma falácia”, frisou.
Diante deste cenário, Goldsmith acredita que o movimento sindical internacional precisa estar unido e se fortalecer. “Precisamos continuar lutando, orientados pelo sindicalismo classista como a CTB, em todos os países e como FSM em sua perspectiva internacional. Ninguém pode vencer politicamente sem a orientação classista em suas bases. Vamos derrotar os “Trumps” independente de qual país “eles” tentam restaurar seu poder. Vamos derrotar o neoliberalismo da mesma forma”, concluiu.
Ambos os candidatos estão com índices recordes de rejeição, mais de 50%, num país em que o voto é facultativo. O vencedor deverá ser conhecido entre 2h e 3h da madrugada desta quarta-feira (9), quando os últimos Estados fecharão suas urnas.
Érika Ceconi – Portal CTB
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