O movimento de ocupação das escolas no Paraná começou na semana passada e não para de crescer. Nesta sexta-feira (7), os estudantes já ocupam 40 estabelecimentos em todo o estado.
“O nosso movimento está forte no Paraná e crescendo em todo o Brasil contra a reforma do ensino médio que esse governo quer fazer, sem conversar com a gente e também contra a PEC 241 que acaba com a educação do país”, diz Camila Lanes, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).
Dirigentes da União Paranaense dos Estudantes Secundaristas (Upes) garantem que os estudantes não estão para brincadeira e irão defender suas escolas até o fim. “Não tem arrego para governo golpista contra a educação”, reforça Lanes. (saiba mais pela página da Upes no Facebook aqui).
Já o secundarista Willian Alexsander, do Colégio Arnaldo Busato, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, afirma que levarão informação para a comunidade para explicar “quais são os objetivos, expor a contrariedade à reforma do governo federal e algumas medidas do governo estadual”.
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Estudantes se mobilizam em todo o país contra os projetos de liquidação da educação pública
Veja abaixo vídeo no qual a ex-professora Vivian Malouf agride estudantes em Maringá, no interior do estado. “Manifestação fascista, que não encontra ressonância na sociedade paranaense que apoia as ocupações”, garante Lanes.
Os estudantes pedem a colaboração de todos e todas que defendem educação pública de qualidade no estado. Também apoiam a greve dos professores da rede estadual. Os docentes marcaram assembleia para a quarta-feira (12) e o início da greve para a segunda-feira (17).
Ainda está na memória do país, o massacre ocorrido em Curitiba no dia 29 de abril de 2015, quando a polícia paranaense cercou os professores próximos à Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) e atacaram com bombasde gás, balas de borracha e sprays de pimenta (leia mais aqui e aqui).
Neste ano, “estaremos nesta batalha, junto com outras categorias de servidores e entidades que apoiam o movimento, também com os estudantes que já ocupam 40 escolas contra a proposta de Temer, que eu chamo de idiotização do ensino”, diz o secretário-geral da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Paraná (CTB-PR), Zenir Teixeira.
Tanto estudantes quanto professores mobilizam-se contra o projeto de lei enviado pelo governador Beto Richa (PSDB), nesta segunda-feira (3), à Alep, para parcelar para o ano que vem os mais de R$ 600 milhões que deve aos servidores públicos. Além disso, o projeto pretende retirar o reajuste anual da data-base dos trabalhadores e trabalhadoras.
“Richa já deu mostras suficiente de sua intransigência e despotismo no trato com os movimentos sociais e em particular dos professores, categoria maior e bem organizada no estado”, reforça Teixeira.
O sindicalista garante também que o deputado estadual Requião Filho (PMDB), pedirá a inconstitucionalidade da medida. “Devemos unificar as forças políticas e movimentos sociais, para dar apoio à greve e as ocupações dos estudantes contra esses projetos que atacam a educação e com a classe trabalhadora”, afirma.
Os educadores e educadoras reivindicam a “retirada das emendas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que acabam ou alteram o pagamento da data-base; pagamento das dívidas com os (as) educadores (as), a retirada da falta do dia 29 de abril; manutenção do PDE e das licenças especiais e, no âmbito nacional, contra a MP do ensino médio, a PEC 241, o PLS 54 (antigo PL 257) e contra a reforma da Previdência”, diz texto do App-Sindicato (dos Professores da rede pública estadual; mais informações aqui).
Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy com agências