No dia do jornalista, o Sindicato dos Jornalistas da Paraíba enviou uma nota de repúdio contra as recentes demissões efetuadas pela empresa de comunicação Diários Associados. Sindicato promete uma série de medidas contra as despensas.
Veja a nota na íntegra:
A crise instalada há vários anos nas empresas de comunicação dos Diários Associados na Paraíba agravou-se na desastrosa gestão do Superintendente Cecílio Fonseca, que foi demitido do cargo com toda a diretoria administrativa no final do mês de março do ano em curso.Para o seu lugar foi convidado o jornalista, engenheiro, ex secretário de Estado, Carlos Pereira de Carvalho, que renunciou o cargo antes de completar uma semana.
O gesto de Carlos Pereira de entregar a direção dos Associados em João Pessoa, teve uma repercussão positiva na sociedade paraibana, principalmente no seio da comunicação, entre jornalistas, radialistas e publicitários.
Não demorou muito para que fosse desvendado o motivo pelo qual Carlos Pereira tinha renunciado mesmo antes de ter conhecimento da atual situação dos Associados na Paraíba. O motivo de sua renúncia foi a imposição de que ele, mesmo como superintendente, não possuiria nenhum poder para administrar os veículos de comunicação dos Associados. Na verdade, o Estado da Paraíba passa a ser o quintal de Pernambuco, não se mexe em uma vírgula sem antes pedir anuência aos mandatários pernambucanos.
Demissões
A gestão relâmpago de Carlos Pereira trouxe esperança de melhores dias para os trabalhadores dos Associados na Paraíba, fato que era notado no semblante dos jornalistas nas redações. Mas, com a vinda de algumas pessoas do Estado de Pernambuco, o terrorismo foi instalado dentro das empresas dos Associados, com boatos de demissões, entrevistas isoladas com os jornalistas, quando se faziam perguntas até sobre a direção do Sindicato dos Jornalistas da Paraíba.
Em 1º de abril, conhecido como o dia da mentira, foi demitido e afastado das suas funções o repórter fotográfico Carlos Alberto, do jornal Diário da Borborema, em Campina Grande. A partir daí, veio uma enxurrada de demissões de forma humilhante. Os jornalistas faziam a edição de páginas sob sua responsabilidade e depois eram chamados a comparecer a uma sala no 3º andar para avisado que estava sendo demitido. Nem o empresário Roberto Justus e tão frio quando anuncia a demissão de seus estagiários no programa O Aprendiz. Nos Associados só falta os pernambucanos tachar os jornalistas paraibanos de os infelizes.
As redações dos Associados na Paraíba estão repletas de pessoas estranhas, que trabalham no fechamento de cada edição depois da demissão em massa. O perfil dessas pessoas, que não sabemos se são jornalistas, é de frieza, desprezo e arrogância, situação jamais vista na história da comunicação paraibana, a não ser na greve geral de 1989, quando pessoas de outros Estados eram convocadas para trabalhar no lugar dos profissionais que estavam reivindicando melhores salários, ficando nas Redações apenas os chamados fura greve, ou na linguagem mais popular, de pelegos.
Calendário de atividades
A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Paraíba em reunião realizada no dia 31.03.2009, com a presença de grande contingente de trabalhadores dos Associados, aprovou por unanimidade o seguinte calendário de atividades para se contrapor as medidas autoritárias, desmoralizadoras e irresponsáveis que vêem sendo impetradas pelos aventureiros pernambucanos:
1- Atos públicos com panfletagem e carro de som em frentes às empresas Associadas com a participação de jornalistas, estudantes de comunicação, sindicatos de trabalhadores, Central Única dos Trabalhadores etc…;
2- Repercussão na imprensa paraibana e brasileira;
3- Ato público na cidade de Recife, com a participação de sindicatos de Jornalistas nordestinos e da FENAJ;
4- Sessões especiais na Assembléia Legislativa da Paraíba e na Câmara Municipal de João Pessoa;
5- Ações judiciais (já prontas) para que a empresa pague aos seus trabalhadores o FGTS devido, as horas extras, férias e outros direitos garantidos pela Lei;
6- Colheita de assinaturas para um abaixo-assinado, com o objetivo de revogar o título de cidadão pessoense concedido ao senhor JOEZIL BARROS, Diretor Presidente dos Diários Associados do Nordeste, que vem comandando essas ações que desmoralizam os jornalistas paraibanos.
Não podemos ficar quietos diante de tanto autoritarismo daqueles que querem ignorar que os trabalhadores demitidos foram os responsáveis pelo sucesso dos Diários Associados na Paraíba. A truculência, a falta de humanidade e a crença na impunidade dos Diretores dos Associados não vão fazer com que os jornalistas se intimidem.
A luta continua, afinal, a história do Sindicato dos Jornalistas e dos profissionais a ele filiados não pode ser apagada por atos antidemocráticos. Os Associados Paraíba têm história e não pode ser transformados em uma sucursal do Diário de Pernambuco. Os chefões de Pernambuco podem entender de carnaval, só não podem querer fazer folia em cima de dezenas de profissionais, que têm história e merecem respeito.