De acordo com estudo da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), os assassinatos de mulheres negras aumentaram 54%, em 10 anos. “Isso acontece porque elas vivenciam situações de risco permanentemente”, diz Mônica Custódio, secretária da Igualdade Racial da CTB.
Por isso, a questão das mulheres negras terá amplo destaque nas marchas do Dia Internacional da Mulher nesta terça-feira (8) pelo país afora.
“Historicamente as mulheres negras já lutavam como trabalhadoras escravizadas pela sua emancipação e liberdade. Para serem reconhecidas como ser humano e não mais como uma engrenagem de um sistema que a desumanizava”, reforça.
No mercado de trabalho, as negras estão na base da pirâmide, com os menores salários. Além disso, são as que moram mais longe dos locais de trabalho, onde a vulnerabilidade é maior.
“Apesar de ganharem projeção com mais escolaridade e capacitação profissional, as negras enfrentam dificuldades, sendo as primeiras a serem demitidas e as últimas a serem contratadas”, reforça Mônica.
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Ela ressalta importância de o movimento pela emancipação feminina dar destaque para as mulheres negras. “Desde a escravidão, as negras resistem e lutam por seus direitos a uma vida digna, sem violência e sem medo”.
Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivânia Pereira, o movimento feminista decidiu dar destaque para as mulheres negras e para as transexuais, porque “são as que estão mais expostas à violência e à discriminação no mercado de trabalho”.
Ivânia diz que as mulheres continuarão “mobilizadas em defesa de mais direitos, por um mundo de igualdade, contra toda opressão e pelo respeito à Constituição, aos direitos humanos e ao Estado Democrático de Direito”.
Já Mônica reforça a luta das mulheres negras, afirmando que “lutamos por igualdade de direitos, por melhores condições de vida, por valorização enquanto pessoas humanas e pela preservação da vida dos nossos filhos, assassinados diariamente nas grandes cidades”.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB