Passando por cima da luta dos estudantes em uma manobra totalmente arbitrária, nesta segunda-feira (15) o governo de Goiás burlou o Edital de Chamamento Público do projeto e realizou a portas fechadas, no Centro Cultural Oscar Niemeyer, a abertura dos envelopes com as propostas técnicas das Organizações Sociais que irão gerir as escolas a partir desse ano.
Apesar de prever que por obrigatoriedade a sessão seja pública e seja amplamente divulgada, a Secretaria de Educação preparou um grande cerco para impedir que a população se aproximasse. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), afirmou que, ao tentar acessar o local, foi informado de que a entrada do sindicato estava proibida.
Segundo informações divulgadas pelo jornal O Popular, a tropa de choque, cavalaria, batalhão e dois ônibus da RMTC isolou o acesso ao Centro Cultural, onde dez organizações sociais qualificadas entregaram documentações conferidas e rubricadas pela secretária de Educação, Raquel Teixeira, o procurador do Estado, Rafael Arruda, e secretário responsável no governo pelo projeto de implantação das OSs, Antônio Faleiros.
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“Essa é mais uma manobra do governo que demonstra não ter interesse no diálogo real com os estudantes e está com algo a esconder. Continuaremos na luta, fortalecendo os grêmios estudantis e o conselho escolar que será nosso carro chefe para ampliar esse debate e mostrar quer as OSs não são a solução”, declara o diretor da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas em Goiás, Gabriel Tatico.
Movimentos sociais reforçam a luta
No Setor Oeste, em Goiânia, desde o dia 26 de janeiro a Seduce permanece ocupada. Na tarde deste domingo (14), o movimento que já foi fortemente reprimido e pressionado pelo governo ganhou a adesão dos movimentos sociais. Membros do Sintego e da Frente Brasil Popular (UNE, CUT, CTB, MST e outros) se juntaram à ocupação para protestar contra a implementação da gestão de escolas estaduais por Organizações Sociais (OS).
Fonte: Ubes. Foto: Jornal O Popular.