O presidente da França, Nicolas Sarkozy, enfrenta amanhã uma greve geral contra suas políticas econômicas. E os grevistas contam com o apoio da maioria da população francesa.
Oito federações sindicais prometem para amanhã uma greve geral de um dia para exigir do governo e das empresas medidas que protejam os empregos e os salários em meio à crise financeira.
A manifestação deverá envolver escolas, hospitais e o sistema de transporte pelo país. Até mesmo os trabalhadores da Eletricite de France, a empresa de energia francesa, disseram que vão diminuir a produção das usinas nucleares.
A greve conta com o apoio maciço dos franceses, segundo pesquisas divulgadas ontem. Numa delas, da Ifop, 78% dizem apoiar o movimento; noutra, da BVA, 74%.
Ontem, em visita a uma fábrica da Alstom, em Ornans, leste da França, Sarkozy rejeitou a ideia defendida por setores de seu partido de elevar impostos. "Eu não fui eleito para elevar impostos. Eu não vou fazer isso", disse.
Muitos analistas preveem que a França terá uma retração de até 2% este ano. A Comissão Europeia diz que a taxa de desemprego saltará 25%, chegando a 9,8%.
Segundo o semanário "Le Canard Enchaine", Sarkozy comparou a mobilização de amanhã com as manifestações de maio de 1968. "Questões sociais geralmente se aquecem em maio", disse ele, segundo a publicação. O governo já aprovou um pacote de estímulo da economia de 26 bilhões de euros. Em 29 de janeiro, no entanto, sindicatos levaram 2,5 milhões para as ruas cobrando mais medidas. Sarkozy anunciou 2,65 bilhões de euros adicionais principalmente para famílias de baixa renda. As medidas foram classificadas como insuficientes pelas entidades de trabalhadores.
Desde o início do ano, protestos por medidas contra os efeitos da crise vêm se repetindo pela Europa, do Reino Unido a Grécia, da Alemanha a Portugal.
Agências internacionais