Jornalistas do grupo Diários Associados – que reúne o jornal Estado de Minas, Aqui, TV Alterosa e portal Uai – completaram um mês e meio de um movimento grevista histórico. Há 27 anos, os jornalistas mineiros não se organizavam em torno de uma greve para garantir seus direitos. Os protestos começaram no dia 3 de dezembro e se mantêm até hoje para pressionar a empresa de mídia a pagar o 13º salário integral, além de outros direitos básicos. A atitude corajosa dos jornalistas de cruzar os braços e enfrentar os donos de mídia mostra também que está no fim a fase de que os jornais tudo podem.
A CTB-MG acompanha o movimento desde o início com apoio irrestrito aos trabalhadores da notícia de Minas. A CTB cumprimenta também os quatro sindicatos que mobilizam as categorias – Sindicatos dos Jornalistas, dos Gráficos, Empregados em Administração e Radialistas de Minas Gerais. Nesta quarta-feira (20) uma nova assembleia dos trabalhadores está marcada para definir a posição da categoria diante do resultado da reunião entre opatronato e os sindicatos com a mediação do Ministério do Trabalho.
Como prova de que a unidade dos(as) trabalhadores(as) é o caminho para enfrentar as tentativas de retiradas de direitos, o movimento encabeçado nos Diários Associados obteve vitórias importantes com os protestos. Ao anunciar as paralisações, os trabalhadores tiveram como retorno da empresa o pagamento parcial do 13º salário que antes era tido como incerto. Mas os trabalhadores da notícia exigem o pagamento integral do direito. Além disso, os donos da mídia atacam outros direitos básicos dos trabalhadores, como férias, vales alimentação e transporte, FGTS e Previdência.
O lado do jornal
O comando dos Diários Associados é reconhecido pelo seu alinhamento à direita brasileira. Na condução dos jornais, os donos do grupo não escondem suas posições políticas e a imposição descabida nas manchetes do jornal contribui para a crise de credibilidade que os veículos do grupo vive. Durante as eleições, os jornalistas do jornal Estado de Minas denunciaram chamadas na intranet de apoio explicito ao então candidato a presidência, Aécio Neves. Nos editorias não era diferente.
O desrespeito do jornal com salários atrasados e ilegalidades trabalhistas também perpassa a prática jornalística dos trabalhadores da notícia. É comum denuncias de coação e perseguição à jornalistas que questionam a parcialidade do jornal.
O movimento dos jornalistas mineiros é sinal não só do empoderamento de seus direitos trabalhistas, mas também um basta ao endeusamento que donos da mídia sempre acreditaram ter.
Fonte: CTB-MG